Os Governos sofrem cada vez maiores pressões por medidas protecionistas devido à crise econômica, afirmou hoje o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, tachando-as de “contraproducentes”.

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Os ministros de Comércio de cerca de 20 países que participam da reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos reuniram-se com Lamy em paralelo ao evento oficial para abordar o estado das negociações comerciais da Rodada de Doha, que se encontram praticamente paralisadas desde julho do ano passado.

Entretanto, a discussão entre os ministros acabou abordando a crise financeira e econômica, como reconheceu a ministra suíça de Comércio, Doris Leuthard, anfitriã da reunião.

Segundo Lamy, os ministros disseram que “a situação está ficando extremamente difícil em seus países” e que “estão preocupados pelas pressões políticas” para que seus Governos adotem medidas que protejam seus setores econômicos nacionais. Embora considere estas pressões “compreensíveis”, ele afirmou que tais medidas seriam grandes erros porque “o comércio não está entre as causas deste grande crise”.

Lamy advertiu que a volta ao protecionismo levaria ao isolamento e que “isso pioraria as coisas” e provocaria “um efeito dominó” em outras áreas econômicas.

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Nesse sentido, disse que os ministros coincidiram em que a conclusão da Rodada de Doha poderia contribuir para estimular a economia pelo efeito multiplicador do comércio internacional e porque seria um forte sinal de confiança para o mundo.

O diretor-geral da OMC informou que sua instituição fará uma avaliação contínua das medidas protecionistas adotadas em diferentes países e sua compatibilidade com a legislação comercial internacional.