Parceiro comercial importante do Brasil – e de Santa Catarina -, a Argentina parece ter se envolvido em um triste tango econômico que tem levado as indústrias do Estado a reduzir suas exportações para o vizinho.
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Em 2013, o país ficou em terceiro lugar como destino dos embarques catarinenses, com uma queda de 17,6% em comparação com 2012. No passado, os hermanos chegaram a ocupar a segunda posição.
De acordo com levantamento realizado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), o cenário vem mudando desde 2008. Se no passado os produtos têxteis e de couro ocupavam o topo da lista de mais vendidos, hoje os compressores e o papel cartão estão entre as mercadorias mais exportadas para a Argentina.
De acordo com Henry Quaresma, diretor de relações institucionais da Fiesc, além do cenário mais recente de desvalorização cambial do peso – e o risco de calote – a burocracia para vender para o país acabou afastando as indústrias catarinenses. Hoje, a relação com a Argentina é de déficit comercial: em 2013, o Estado importou US$ 586 milhões a mais do que exportou para o vizinho.
– É um mercado que saiu do foco de algumas empresas por risco de pagamento -afirma.
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Maria Teresa Bustamante, presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, destaca ainda que as empresas catarinenses que tinham conquistado uma fatia de mercado importante no vizinho não tiveram bons resultados nos últimos anos e acabam procurando outros mercados. Ainda assim, mantém uma fatia pequena de vendas.
Ela critica a dificuldade de exportar para o país vizinho e aponta como solução o governo brasileiro propor um acordo. Porém, ela não enxerga força neste sentido.
– Teríamos de buscar um instrumento jurídico que impeça a Argentina de tomar medidas contra a importação – ressalta.