Um novo golpe utilizado por estelionatários está causando dor de cabeça em proprietários de lanchonetes, motoboys e até mesmo na Polícia Militar de Santa Catarina. Apenas nesta quinta-feira (26), os nomes dos batalhões de Brusque, Gaspar e Timbó foram usados por um estelionatário durante a prática de pelo menos sete golpes.
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O homem, que ainda não foi identificado, ligou para diversos estabelecimentos na região se passando por policial e pediu lanches e crédito para celular. Ao chegar nos batalhões, os entregadores descobriram que na verdade haviam recebido um trote e foram vítimas de um golpe.
De acordo com o relato das vítimas, o suspeito liga identificando-se como policial e faz o pedido do lanche. Na sequência, em uma nova chamada, pede para que o próprio estabelecimento entre em contato para avisar que o pedido está a caminho.
Durante o segundo contato ele solicitada por uma recarga de crédito sob o pretexto de que estaria sem internet. O pagamento seria realizado junto com a entrega do lanche, mas tudo não passa de um trote.
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– [Os empresários] foram duplamente lesados, além do dinheiro do crédito, também perderam o valor do lanche, pois não tinha pra quem entregar. Os policiais que eles procuravam aqui no batalhão não existiam – conta o comandante da Polícia Militar de Brusque, Otávio Manoel Ferreira Filho.
O comandante ainda recomenda aos estabelecimentos que trabalham com entrega que sempre desconfiem de clientes que usam o nome da Polícia Militar ou de qualquer outra instituição e, principalmente, pedem por créditos para celular.
– Tenha certeza que realmente conhece a pessoa ou sabe para quem está fazendo para evitar ser a próxima vítima de golpes dessa natureza. Golpes via telefone, hoje tem ainda mais variedades e se não ficarmos atentos podemos ser a próxima vítima – alerta Ferreira Filho.
A Polícia Militar informou que segue levantando informações sobre o suspeito para que o homem seja identificado e punido.
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Prejuízo aos empresários
Elisiário Santana Santos Júnior é proprietário de uma lanchonete em Brusque e foi uma das vítimas do “golpe da entrega”. O empresário, conhecido como Júnior, conta que o homem ligou e se identificou como “tenente Farias”. Durante a ligação, o suspeito ainda chegou a pedir para abaixar o som ambiente do estabelecimento, para dar mais veracidade ao personagem.
– Ele pediu quatro lanches, um refrigerante, o número do entregador e disse para ligar quando saísse para a entrega. Quando liguei para informar que o pedido estava a caminho ele pediu para colocar crédito, mas eu disse que não fazemos esse tipo de serviço – conta Júnior.
O empresário só não saiu no prejuízo porque um cliente se comoveu com a situação e decidiu ficar com os lanches, mesmo assim ele lamenta que casos como esse estejam acontecendo na cidade, ainda mais envolvendo o nome da Polícia Militar.
– Quando é algum pedido para a polícia, a gente tenta fazer o mais rápido possível. Damos prioridade pois sabemos que eles fazem rondas e estão para nos proteger. Eu fico triste com isso, ainda mais com alguém que só está trabalhando.
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