Apesar da vida luxuosa e de uma rotina apoiada em riquezas e ostentação em Balneário Camboriú, os criminosos que foram alvos de uma investigação por levar armas e drogas para comunidades do Rio de Janeiro também receberam dinheiro do Auxílio Emergencial — benefício criado para garantir renda mínima aos brasileiros em situação vulnerável durante a pandemia da Covid-19. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (26) pelo delegado Bruno Humelino, responsável pela Operação Fim do Mundo.
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O grupo formado por dois irmãos que desfrutavam de imóveis e veículos de luxo na cidade catarinense com o metro quadro mais caro do Brasil é apenas um dos três que são investigados por participar de uma organização criminosa. Mesmo com cerca de 13 imóveis em Balneário Camboriú e Camboriú adquiridos com dinheiro que conseguiam com as armas levadas até as comunidades cariocas, as famílias de ambos os irmãos ainda recebiam o benefício que deveria ser destinado àqueles que realmente necessitam.
Imagens cedidas pela própria Polícia Federal mostram carro de luxo, lanchas com mais de 34 pés, jet-skis e até apartamento triplex com jacuzzi na cobertura que foram apreendidos pela PF em Santa Catarina. Para conseguir comprar os imóveis, os dois irmãos recebiam o apoio de corretores do Estado e, depois, colocavam as residências no nome de laranjas segundo a PF.
A mãe, as esposas e as irmãs dos dois também foram denunciadas. Elas “gozavam de uma vida de luxo em Balneário Camboriú e movimentavam valores exorbitantes em suas contas bancárias”, segundo a PF.
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Sobre a operação Fim do Mundo
As apreensões e prisões que ocorrem nesta quinta-feira (26) são fruto de uma investigação que começou ainda em 2020, no Rio de Janeiro. No entanto, foi nesta manhã que mais de 100 policiais federais saíram às ruas para cumprir 18 mandados de prisão preventiva e 31 de busca e apreensão no estado carioca, em São Paulo e também em Santa Catarina. As ordens judiciais miram três grupos criminosos que movimentaram mais de R$ 100 milhões nos últimos três anos.
A 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro também autorizou o sequestro de 15 imóveis, 19 automóveis e duas embarcações, nos municípios do Rio de Janeiro, Mangaratiba (RJ), Angra dos Reis (RJ), Balneário Camboriú (SC) e Foz do Iguaçu (PR).
Até o momento, quatro pessoas foram presas em Balneário Camboriú. Três delas são da mesma família: um dos irmãos líder do grupo, a irmã dele e um cunhado. A família morava no local desde 2016. Ainda na mesma cidade a polícia prendeu um homem apontado como laranja.
O casal de corretores foi preso em Camboriú e, de acordo com a PF, planejavam a construção de um prédio para lavar o dinheiro dos criminosos.
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Os investigados vão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa, cujas penas somadas podem chegar a 24 anos de prisão.
*Estagiária sob supervisão de Augusto Ittner
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