O número de crimes cometidos pela internet em Joinville cresceu em mais de 290% durante o primeiro semestre de 2021. Foram 1.082 ocorrências registradas até junho de 2020 contra 4.056 no mesmo período deste ano.

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Os dados são da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina (SSP-SC) e levam em conta todos os crimes cometidos por meio virtual. Em todo estado, no primeiro semestre de 2020 foram registradas 14.932 ocorrências, já em 2021, foram mais de 45 mil denúncias.

De acordo com o delegado Vinicius Ferreira, da Cental de boletim de ocorrência de Joinville, o meio mais utilizado para cometer este tipo de crime é o estelionato cibernético, quando o indivíduo obtém vantagens das vítimas por meio de fraude.

O delegado explica que a esta tendência de aumento no número de crimes praticados pela internet é mundial e fruto da evolução tecnológica, no entanto, com a pandemia da Covid-19, o processo foi acelerado de forma mais agressiva. 

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– Acelerou de forma abrupta sem que as companhias da internet ou os usuários estivessem preparados para identificar, se previr ou ajudar a combater os golpes – afirma. 

Uma pesquisa recente divulgada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil mostra que, 81% da população com 10 ou mais anos, é usuária da internet. Número representa 152 milhões de pessoas. Além disso, o estudo aponta que o número de acessos por telefone móvel cresceu em mais de 7 milhões no último ano. 

– Ou seja, a criminalidade está migrando das ruas para as redes pelo fácil acesso a vítimas em potencial – destaca o delegado. 

Tipos mais comuns de golpes cibernéticos

Golpe do perfil falso do WhatsApp

Entre os crimes mais comuns está o de perfil falso do WhatsApp. Neste tipo de golpe, os criminosos vinculam uma imagem de perfil da vítima, geralmente retirada do seu próprio perfil de WhatsApp ou redes sociais e, com uma conta falsa, se passam pela vítima e solicitam dinheiro para amigos, familiares e conhecidos.

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Para evitar cair no golpe, a Polícia Civil indica que as pessoas ajustem a configuração de visualização da imagem da conta do aplicativo de mensagens apenas para contatos autorizados e redobre a atenção a contas que possuem fotos de parentes, mas com números diferentes.

Golpe do Voucher

Neste tipo de fraude, os criminosos entram em contato via rede social utilizando perfil falso de um estabelecimento comercial, como restaurante, por exemplo, e afirmam que a vítima foi selecionada para participar de um sorteio.

Em seguida, solicitam o número de WhatsApp e pedem que a vítima encaminhe um código de seis dígitos para validar a participação na promoção. O código em questão é de autenticação do WhatsApp. Desta forma, os criminosos clonam a conta do aplicativo.

Neste tipo de crime, a polícia orienta a nunca repassar códigos recebidos por mensagem para ninguém e, caso receba alguma mensagem sobre promoções,é importante ligar no estabelecimento para confirmar o sorteio.

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Golpe de venda online

Neste tipo de fraude, os criminosos entram em contato através de anúncios cadastrados em plataformas de compra e venda online, quando a vítima deixa o número de contato acessível ao público.

Com o contato em mãos, os estelionatários se passam pelo suporte da plataforma e pedem para que a vítima passe um código de validação recebido por mensagem, a fim de clonar a conta do WhatsApp.

Caso a pessoa desconfie que está sendo vítima do crime, a recomendação é entrar em contato pelos canais oficiais da plataforma de venda.

Golpe de links falsos

Através de mensagens, os criminosos dizem que a vítima se enquadrou para o recebimento de alguma promoção, sorteio, auxílio emergencial, ou encaminham algum alerta dizendo que ocorreu uma operação indevida em sua conta.

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Após o primeiro contato, é encaminhado um link falso para que a vítima acesse e supostamente receba o prêmio ou benefício, para evitar que a conta seja bloqueada. Mas, ao acionar o link, a vítima é redirecionada para sites falsos de cadastros ou baixa automaticamente aplicativos no telefone, todos com objetivo de obter informações pessoais.

A polícia recomenda que sempre se desconfie de links encaminhados via WhatsApp ou SMS e, na dúvida, entre em contato direto com os canais oficiais de comunicação do banco. Em caso de acionar o link ou realizar o cadastro em algum site, é importante acionar sua agência bancária e levar o telefone em alguma assistência para verificar a existência de aplicativos maliciosos.

Como denunciar

Caso seja vítima de um desses golpes, a recomendação da Polícia Civil é registrar um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima e denunciar o crime ao suporte do WhatsApp através do e-mail: suporte@whatsapp.com. Também é possível denunciar o contato criminoso, clicando em “Dados do contato” e, em seguida, em “denunciar”.

Os crimes podem ser registrados também através do telefone 181 ou pelo WhatsApp (48) 98844-0011, da Polícia Civil. Além disso, há a alternativa de registro do boletim de ocorrência virtual, por meio do site da Delegacia de Polícia Virtual de Santa Catarina

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Em Joinville, não existe uma delegacia especializada neste tipo de crime, mas a Polícia Civil conta com uma unidade especializada em Florianópolis, vinculada à Delegacia de Homicídios.

– Os crimes que podem ser praticados por meio cibernético são tipificados ao longo do Código Penal e em diferentes legislações. Sua apuração, a depender do tipo, poderá ficar sob responsabilidade da DIC, da DPCAMI ou de uma delegacia de polícia de área – finaliza Vinicius.  

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