Nesta segunda-feira, o prefeito Márcio Búrigo decretou situação de emergência em Criciúma, no Sul do Estado. Uma inundação na região da Quarta Linha deixou 300 moradores desabrigados durante a madrugada. Outras regiões afetadas foram a dos bairros Santa Luzia e Laranjinha, também castigadas pelos temporais e ventos desde sexta-feira.
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O decreto se restringe às três localidades e vale por 90 dias. Um relatório com informações e fotos foi encaminhado pela Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil à Secretaria de Estado da Defesa Civil. A partir da formulação deste documento e a análise dos prejuízos, serão disponibilizados materiais de construção e mantimentos para as pessoas afetadas.
– Ficamos muito tristes pela necessidade da decretação, mas essa decisão acaba produzindo fatos que vão contribuir para a diminuição das avarias das famílias, que vão receber materiais e mantimentos e, em um segundo momento, possivelmente poderão retirar o FGTS – justifica o prefeito.
A água começou a invadir as casas por volta das 23h de domingo. Durante a madrugada, a Defesa Civil levou equipamentos de escoamento. Às 6h, a água já havia descido e as famílias puderam voltar para suas casas. As ruas mais atingidas foram Francisca Cordela e Domingos Rosso, localizadas no loteamento Jardim Itália.
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A coordenadora da Defesa Civil Angela Mello conta que a água subiu tão depressa que algumas pessoas mal tiveram tempo de salvar seus pertences.
– Foi em questão de minutos, as pessoas não tiveram tempo de fazer nada, simplesmente sair de casa. Os que estavam mais para o início da enxurrada não tiveram tempo de salvar nada – relata.
Os prejuízos foram muitos entre as 300 pessoas desabrigadas. Alguns moradores afirmam que a situação se repete ao menos uma vez por ano. Mello aponta que, ainda que o problema de inundações seja comum em Criciúma, nunca viu nada parecido como o ocorrido.
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– O que aconteceu nessa noite foi uma situação bem diferenciada de tudo o que a gente já presenciou. Desceu muito lixo da região do Morro Albino, onde ocasionou a inundação. A quantidade de água passou de um metro. Quatro ruas seguidas serem inundadas é um caso inédito para nós – aponta.
Prováveis agravantes ao temporal estão em investigação por uma equipe da Fundação do Meio Ambiente de Criciúma (Famcri) em conjunto com a Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil.
Ainda na noite de domingo, uma ponte que conecta o bairro Laranjinha ao Condomínio Industrial Realdo Santos Guglielmi cedeu. O prefeito Márcio Búrigo esteve no local, que também foi vistoriado por engenheiros da Secretaria do Sistema de Infraestrutura, Planejamento e Mobilidade Urbana, nesta segunda-feira.
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Orientações da Defesa Civil
Mello alerta para a possibilidade de animais peçonhentos, levados pelas águas, aparecerem nos cômodos das casas afetadas pelos alagamentos. A precaução fundamental, no entanto, é com a saúde.
– Todas essas pessoas andaram na água contaminada. Qualquer sintoma, portanto, deve-se procurar a unidade de saúde mais próxima. No caso de aparecer cobras, acionar o Corpo de Bombeiros para evitar acidentes – disse.
Como as pessoas já voltaram para suas casas, no momento o pedido é por ajuda humanitária para as famílias, que precisam de cestas básicas, colchões, materiais de limpeza e telhas nas próximas 48 horas. A Defesa Civil de Criciúma está 24 horas à disposição do cidadão através dos telefones 199 e 9164-5298.
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