Sem um time para chamar de seu, comerciantes do Centro da cidade criaram o Comerciário, fundado em 13/5/1947. Naquela época, os times existentes na cidade tinham relação com as carboníferas e com os bairros, sem nenhum representante da região central. Desde a fundação, o Comerciário jogou basicamente campeonatos municipais e regionais, que davam a vaga para os confrontos estaduais e, consequentemente, disputas de título. Em 1968, o time conquistou o primeiro, e único, título Catarinense da sua história.

Continua depois da publicidade

Conheça algumas curiosidades sobre o Criciúma, que comemora 70 anos neste sábado, 13 de maio de 217.

O Comerciário estreou nos gramados com uma derrota por 4 a 0 para o São Paulo de Criciúma, em 15/5/1947. Essa é a data do aniversário de Antenor Angeloni, na época com 12 anos, e que mais tarde comandou o clube em quatro oportunidades (1963, 1978/1980, 1984 e 2010/2015).

Na década de 1970, vários clubes pararam de competir, entre eles o Comerciário. O time voltou em 1977, e no ano seguinte, passou a se chamar Criciúma Esporte Clube. A ideia de adotar o nome da cidade foi para agregar torcedores de times extintos como Metropol, Atlético Operário e Ouro Preto. Como as cores azul e branco e o distintivo não mudaram, a ideia não vingou. As cores amarelo, preto e branco, e o distintivo como é conhecido hoje, só foram incorporados no dia do aniversário do clube, em 1984. A ideia partiu do presidente da época, Antenor Angeloni, que queria unir a cidade em uma só torcida, e deixar as cores do Comerciário para trás. O escudo adotado, que perdura até hoje e se parece diferente dos demais, foi uma situação temporária que perdurou. Foi aplicado uma logomarca criada pela prefeitura da cidade na época, na administração José Augusto Hülse, para ser alterada posteriormente – o que nunca ocorreu.

As três estrelas no escudo fazem referência à Copa do Brasil, título da Séria B em 2002 e da Série C em 2006.

Continua depois da publicidade

Ao adotar o preto, branco e amarelo, o Criciúma seguiu com as meias brancas do Comerciário no uniforme 1. Porém, em 1986, passou para o preto para “esconder” um sangramento que o lateral Itá, o eterno capitão, tinha em virtude de um problema em um dos tornozelos. Não queriam que os rivais soubessem que jogava lesionado.

O primeiro título como Criciúma foi em 1986, a conquista do Campeonato Catarinense. O time tem 10 títulos estaduais e 10 vice-campeonatos. De 1986 até 1992, foi o clube catarinense que mais ganhou títulos, sendo considerado pela imprensa da época como o melhor do Estado. O único tri-campeonato do Tigre no Catarinense foi em 1989, 1990 e 1991.

Na conquista do maior título da história do clube, a Copa do Brasil de 1991, o técnico era Luiz Felipe Scolari, o Felipão. No mesmo ano do maior título, o time foi muito mal na Série B, e Felipão só não foi demitido pois os jogadores saíram em defesa do treinador. A campanha vitoriosa de 1991 começou pela batuta de Luiz Gonzaga Milioli. Prata de casa, ele assumia como técnico interino toda vez que o Criciúma ficava sem treinador.

Atual auxiliar técnico do Criciúma, Vitalino Adolfo Barzotto, o Grizzo, jogou no clube de 1988 a 1992. O meia dividiu vestiário com outro nome conhecido da torcida, o volante Roberto Cavalo, que treinou o Tigre em 2008 e 2016.

Continua depois da publicidade

O Estádio Heriberto Hülse foi construído na década de 1950, quando o time ainda se chamava Comerciário. Para receber os jogos da Copa Libertadores em 1992, precisou passar por uma grande reforma. Até a Chapecoense chegar na competição neste ano, o Tigre foi o único time do Estado a disputar o torneio. Ele ficou em 5º lugar, e foi eliminado pelo São Paulo nas quartas-de-final.

Emerson Almeida, hoje gerente de futebol no Criciúma, foi o autor do gol que garantiu o título do Catarinense de 1991 ao clube. O jogo foi em casa, contra a Chapecoense.

O presidente mais vitorioso da história do Criciúma foi Moacir Fernandes, que ficou no clube de 1985 a 1992, e depois retornou entre 2000 e 2007. Nesses dois períodos, foram cinco títulos estaduais, uma Copa do Brasil e dois títulos de campeão, das Séries B e C. Dorly Naspolini, presidente em 1993, foi um dos primeiros a valorizar os jogadores da base. O time, praticamente de jogadores da casa, venceu a Copa SC e o Catarinense daquele ano.

Na última vez que assumiu o clube, em 2010, Antenor Angeloni encontrou um time praticamente quebrado, na Série C do Brasileiro e sem ganhar um estadual há cinco temporadas. Em 2013 e 2014, o Tigre jogou a Série A, e em 2015 ganhou o Catarinense. O ano de 2014 não foi bom para o Criciúma. O time terminou em último lugar, e durante as 38 rodadas, mudou de técnico diversas vezes. Das treze vezes em que disputou a Série A, esse foi a pior campanha, com somente sete vitórias. Nas participações em Série A, a melhor foi em 1993, quando o Criciúma terminou em 14º.

Continua depois da publicidade

Colaboração: Antonio Colossi, jornalista e pesquisador da história do Criciúma