O depoimento de três crianças – com quatro, oito e dez anos – será fundamental para ajudar a Polícia Civil a chegar aos assassinos de um casal que foi executado a tiros na noite desta terça-feira no bairro Barra do Saí, em Itapoá, no Litoral Norte de Santa Catarina.

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A mãe e um homem que as crianças chamavam de tio foram mortos a tiros diante delas. Os três menores viram quando os bandidos chegaram de motocicleta, pediram “pó” e começaram a atirar.

As crianças estão sob os cuidados do Conselho Tutelar de Itapoá, albergadas em segurança em um lar na própria cidade. A principal hipótese da polícia é o envolvimento com o tráfico de drogas.

Maria Aparecida Alves Rodrigues, de 33, foi morta com um tiro na cabeça dentro de casa. Eric Maradona Pereira, de 28 anos, foi morto pelas costas, com um tiro na cabeça e outro no abdômen. Ele foi assassinado quando tentava fugir pela varanda.

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Policiais do Norte de Santa Catarina e de cidades do Litoral do Paraná estão buscando informações que possam levar à identidade dos assassinos.

Este foi o quarto homicídio desde o começo do ano na cidade. O primeiro ocorreu quando um homem foi morto a pauladas na frente de casa, no primeiro dia do ano. Dois dias depois, outro caso chamou a atenção, quando um homem foi encontrado morto dentro do próprio carro.

Falta de efetivo prejudica investigação

A delegacia de Itapoá conta apenas com cinco servidores – um delegado, um escrivão e três agentes de polícia – para tocar 300 inquéritos e registrar boletins de ocorrência.

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Como a escala de plantão não chega a cobrir todos os horários, ela acaba ficando fechada pelo menos uma vez na semana. A situação ficou pior a partir de agosto do ano passado, quando o governo do Estado deixou de pagar hora-extra.

Para Sousa, a delegacia precisa de pelo menos cinco agentes de polícia, dois policiais para trabalhar na investigação e três escrivães. O delegado já enviou ofício à Secretaria de Segurança Pública solicitando efetivo, mas o reforço só deve chegar quando os policiais do último concurso se formarem.

O delegado, que está em Itapoá desde abril de 2014, acredita que a violência é preocupante para o tamanho do município.

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-Eu coordenava a DIC de Lages, que é uma cidade cinco vezes maior, e lá não tinha os crimes que vejo aqui. Em Itapoá, há muito mais roubos (com violência) e homicídios- avaliou.

O pelotão da Polícia Militar ganha reforço na operação veraneio, mas também carece de efetivo fora da temporada. Levando em consideração as viaturas em ronda, o tenente Ademir Scheneckembergo avalia que o ideal seria montar duas guarnições 24 horas com nove policiais cada uma e mais uma guarnição à tarde com cinco policiais. Desta forma, seria possível atender às necessidades do município.

Hoje, a cidade conta com uma guarnição 24 horas e mais uma à tarde. Para Ademir, o crime que mais demanda atenção em Itapoá é o tráfico de drogas.

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