Dizem que o que vivemos na infância pode se refletir diretamente em nosso presente. É assim com o gosto pela leitura. Livros de aventura, monstros e princesas fazem parte do universo infantil e servem de base para criar essa hábito gostoso. Neste período de férias escolares, o mundo mágico das letras pode ser um a ótima pedida para divertir os pequenos, no lugar de jogos eletrônicos e bonecas.

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Eis uma maneira de fugir daquilo que, para a professora de formação do leitor da Universidade de Brasília (UnB), Simone Amaral, é um grande desafio para pais e educadores: a visão equivocada de que ler é uma obrigação dos estudos.

Especialistas lembram que ler não é importante apenas para disciplinas como português ou história, mas também ajuda o rendimento em outras matérias, até mesmo matemática, em que a interpretação dos problemas é fundamental.

Trabalhando há 35 anos na profissão de agente literária – facilitadora do contato entre autores e editoras -, Íris Borges, 61, afirma que a integração autor-público, com visitas dos escritores às escolas, é uma orientação educacional que vem crescendo.

– A conversa sobre o processo de criação com os autores ajuda na formação leitores e, também, de novos escritores – diz.

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Essa é a proposta da Campanha Ler está na moda, cujo objetivo é dar visibilidade aos escritores nacionais. Com foco em jovens de 12 a 18 anos, a iniciativa promove bate-papos mensais com os escritores e seus fãs. O calendário de eventos deste ano já está encerrado, mas, em breve, a programação de 2012 poderá ser vista no site do grupo: http://lerestanamoda.blogspot.com/

Contação de histórias

O livro também tem que ter atrativos para cada momento. Os profissionais da área aconselham que a crianças fiquem íntimas do objeto livro, seja pelo colorido das páginas ou por um boneco que saia de dentro da obra. É essencial fazer com que os pequenos queiram estar perto dos livros.

– A partir do lúdico, do inventivo, é que a gente vai expandindo a nossa percepção da obra. Não é a toa que, para as crianças pequenas, agradam muito as brincadeiras com a palavra – explica a professora Simone Macedo.

O conteúdo da obra não precisa ser, necessariamente, fantasioso. Já existem, por exemplo, diversos livros nos quais questões como consciência ambiental são trabalhadas em linguagem acessível.

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Fantoches, desenhos e entonações de voz são recursos comuns para despertar esse interesse. De acordo com o professor Pedro Cavalcante, outra importante medida é o apoio dos pais. E alerta: apesar de a escola ter o papel de incentivadora, a responsabilidade familiar tem um peso maior.

– É interessante que, em casa, exista um canto da leitura. Esse lugar tem que ser aconchegante, ser gostoso, para quando as crianças quiserem ir lá e ler – ensina.

O momento ideal para que esse contato pai-filho aconteça é antes de dormir, acredita Regina Dalcastagne, professora de literatura da UnB.

Sugestões de livros infantis:

Madiba: o menino africano

Autor: Rogério Andrade Barbosa.

Ilustração: Renato Alacão. Editora: Cortez. R$ 27

O menino Mandela, que nasceu predestinado a ser o líder de seu país, foi o primeiro dos treze irmãos a estudar em uma escola rural. Mais tarde, tornou-se Nelson e se mudou para Joannesburgo a fim de cursar direito em uma universidade. Formado, lutou pela liberdade de seu povo e foi preso sob acusação de traição e sabotagem ao regime vigente na África do Sul. Saiu da prisão sem ódio ou sentimento de vingança e, quatro anos depois, foi eleito o primeiro presidente negro de seu país.

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Mãenhê!

Autor: Ilan Brenman. Ilustrador: Guilherme Karsten. Editora: Brinque-book.

R$ 29

Todo dia era a mesma gritaria: “Mãenhê!”. A mãe não aguentava mais os dois filhos chamando por qualquer motivo. Então, resolveu bolar um plano para que isso parasse. Para descobrir o que aconteceu, é só começar a ler!

Pequenos contos para sentir medo

Autora: Christine Palluy. Ilustração: Vários. Editora: Cia das Letrinhas. R$ 31,50

Quem é que não gosta de ouvir histórias de monstros e outras criaturas assustadoras, daquelas que fazem a gente ter vontade de se esconder debaixo da cama? As que foram reunidas neste volume nem são tão terríveis assim, pois apesar dos personagens pavorosos – um dragão japonês de oito cabeças, uma feiticeira russa, alguns trolls noruegueses, entre outras criaturas assustadoras -, todas terminam com uma lição valiosa: a sabedoria sempre vence o medo e a força bruta.

O esconderijo das vontades

Autor: Jonas Ribeiro. Editora: Callis. R$ 36

Apesar de ser voltada ao público infantojuvenil, a fábula celebra uma temática de gente grande: a conquista dos sonhos. Imagine uma cidade onde as vontades moram dentro das pessoas. A telefonista quer ser locutora de rádio. O piloto de avião quer ser astronauta e o pianista quer fazer parte de uma orquestra. O livro alerta: cuidado, pois se as vontades forem ignoradas, elas vão embora e procuram outros corações corajosos para se abrigar.

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