Crianças não devem ficar sozinhas na companhia de cães de grande porte, dizem especialistas

Com as orelhas pequenas, cabeça quadrada e músculos fortes, os cães da raça pitbull, segundo especialistas, só se envolvem em tantas polêmicas e ataques por sua força e tamanho e que não há nada relacionado com seu temperamento.

Ele não seria nem mais bravo que os demais, nem mais manso, o problema é que não admite erros de criação, um pequeno deslize pode se tornar em uma tragédia. O especialista em psicologia canina há mais de 20 anos, Gustavo Fleury, explica que a resposta para os ataques violentos pode estar em um músculo da mandíbula do animal que propicia uma mordida infalível, precisa e extremamente forte.

– Qualquer cachorro, de todas as raças e tamanhos pode morder, pode ser agressivo, a diferença do pitbull é mesmo sem a intenção ele pode dilacerar um braço com uma mordida. No caso das crianças ele não consegue enxergá-las como um ser humano, ele a vê como um outro animal, mais pequeno que pode se tornar uma presa – explica.

A origem da raça que desenha sua genética também indica os instintos do cão. No século 19 seus antepassados eram usados para atacar touros trazidos à arena e com o passar dos anos o cão normalmente é utilizado para proteção e não apenas doméstico.

O rottweiler seguiria a mesma linha e pode ser até mais bravo que o pitbull. A dica do especialista para quem tem pitbulls é não tentar adestrá-los sozinho sem orientação de um profissional, ele pode entender tudo errado e o dono se tornar a vítima.

E para todos aqueles que tenham cães de grande porte, de qualquer raça, não é aconselhável deixá-los sozinhos com as crianças.

– Bem adestrado um pitbull pode proteger a casa e ser muito dócil com o dono, mas para isso o proprietário tem que saber que seu ção precisa de uma atenção, de adestramento e de muito espaço para correr e brincar – diz Gustavo.

O médico veterinário Agemiro Luciano dos Passos também afirma que não há nada de errado com o temperamento do Pitbull em relação aos demais cães, a diferença, segundo ele, está na criação e no tamanho.

– Na clínica de dez pinscher, nove mordem e precisam usar focinheira e dez pitbulls um morde. Eles não são mais agressivos, eles são mais fortes, uma única mordida pode causar um grande estrago – conta.