Os 123 alunos da Escola Indígena de Ensino Fundamental Itaty, na terra indígena localizada no Morro dos Cavalos, em Palhoça, na Grande Florianópolis, estão com as aulas suspensas. A decisão foi tomada em reunião entre direção, professores, lideranças e pais. A comunidade reclama da falta de respostas da Secretaria de Estado da Educação a ofícios encaminhados sobre questões de acessibilidade, reforma e ampliação de salas de aula e até da qualidade dos alimentos usados na merenda escolar.

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Sem vale gás, a merenda deixou de ser feita e forçou a redução do horário das aulas. Pelo risco à segurança dos estudantes, em função de problemas em parte do teto, os educadores decidiram suspender as aulas nos três turnos até que o governo do Estado responda.

A escola, que fica às margens da BR-101, tem três salas, 12 turmas e 15 professores. Do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, as crianças aprendem a língua materna, o guarani. A partir do sexto ano os alunos começam a estudar o português. Na tradição guarani, os conhecimentos são passados de geração.

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De acordo com o cacique Teófilo Gonçalves, as reivindicações são do conhecimento da Coordenadoria de Educação da Grande Florianópolis, mas as respostas não chegam. O cacique destacou o caso de um aluno cadeirante que devido à falta de rampa de acesso sempre precisa de ajuda. Também lembrou sobre a necessidade de ampliação da biblioteca e da cozinha. Os professores também se ressentem de mais serventes que possam atender nos três turnos.

Contraponto

Em resposta à reportagem do NSC Total, a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Educação informou que através da Coordenadoria Regional de Educação da Grande Florianópolis está sendo realizado levantamento das demandas para abertura de processos de licitação, além de contratos de serviços para melhorias na escola. Prometeu, ainda, celeridade aos processos internos da secretaria para atender as demandas de forma prioritária.

A secretaria informa também que solicitou a compra do gás e que está em contato com a comunidade para organizar visita técnica e melhor entender as urgências.

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