Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com pesquisadores norte-americanos, revelou que as crianças brasileiras estão expostas a níveis altos de parabenos e benzofenonas, substâncias que podem alterar o equilíbrio hormonal. O estudo foi publicado na revista científica Environmental International.
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Os resultados foram obtidos após análise das amostras de urina de 300 crianças, entre seis e 14 anos, das cinco regiões do Brasil. Os exames evidenciaram quantidades preocupantes dos chamados disruptores endócrinos — substâncias que podem alterar o sistema endócrino —, especialmente aqueles relacionados aos produtos de higiene:
— Compostos como os parabenos, as benzofenonas, o triclosan e o triclocarban são frequentes em produtos relacionados ao cuidado pessoal. No geral, as concentrações das substâncias que foram maiores no Brasil foram aquelas relacionadas a esse tipo de produtos— disse Bruno Alves Rocha, primeiro autor do trabalho, citando que o Brasil é um líder mundial na venda de produtos de cuidado pessoal.
Ao analisar a quantidade desses químicos por região do país, os pesquisadores notaram que as substâncias eram mais presentes nas amostras de crianças do Norte e Nordeste brasileiro, dado que condiz com as informações sobre venda de cosméticos nessas áreas.
Plásticos
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Outra substância conhecida por ser um disruptor endócrino encontrada nas amostras foi o bisfenol A, presente em alguns plásticos e resinas. Ele constava em 98% das urinas analisadas. De uso proibido na fabricação de mamadeiras desde 2012, o bisfenol A também pode ser encontrado em enlatados, garrafas de água, brinquedos e até no papel térmico — aquele usado em máquinas de cartão.
Todas essas substâncias estão associadas a doenças como câncer e diabetes e até mesmo infertilidade.
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