Mais de 600 quilômetros separam Loanda, no extremo Noroeste do Paraná, e Itajaí. A distância pode ser grande, mas não é maior do que a paixão que Wieck Matarezzi Pinheiro, 11 anos, tem pelo mar. Toda temporada de verão ela e a família vêm para o Litoral catarinense aproveitar as belezas das praias da região.
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E para a menina, curtir a água salgada não é apenas brincar, nadar e tomar banho. Em 2013 ela participa pela segunda vez do Projeto Golfinho, ação institucional do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina que começou nesta segunda-feira em diversas cidades litorâneas.
Em Itajaí a abertura oficial ocorreu de manhã na Praia de Cabeçudas. A primeira turma com cerca de 15 crianças recebeu as primeiras orientações, e as aulas práticas iniciam nesta terça-feira.
O programa ensina crianças de 9 a 13 anos a identificar os riscos de cada praia, as condições gerais do mar e como acionar o salvamento e reconhecer o significado da sinalização dos guarda-vidas, além de orientar sobre a importância da preservação do meio ambiente.
– Passei aqui na frente, gostei e pedi pro meu pai para me inscrever. Eu adoro o mar – conta orgulhosa a garota, que tem em um tio oceanógrafo a principal influência.
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Orgulhoso também estava o pai de Wieck, Evandro Luiz Pinheiro. Ele diz que o incentivo a atividades educativas e ambientais vem de casa, mas destaca que o interesse de se juntar ao Projeto Golfinho partiu da filha.
– A criança e o adolescente sempre são ousados, gostam do perigo. Então esse programa é muito importante, educando e orientando como todas as pessoas, inclusive adultos, devem se comportar na praia – comenta.
Segunda família
O bombeiro militar Jones Cleiton Simões de Oliveira é coordenador do Golfinho desde a primeira edição do projeto, na temporade 1998/1999. Há tanto tempo trabalhando com as crianças, ele já tem os meninos e meninas como filhos adotivos.
Além de gratificante para profissão de bombeiro, o soldado também considera o projeto fundamental para o futuro dos pequenos e, também, das próprias cidades.
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– As crianças vão ter orientação do que é o mar, noções de ambientalismo, humanismo. A ideia é que elas cresçam com outra cabeça, outra consciência ambiental – destaca.
Inspiração carioca
Implantado há 15 anos no Estado, o Projeto Golfinho tem inspiração no programa Botinho, que existe desde a década de 1950 no Rio de Janeiro. A principal diferença para o projeto carioca é que o Botinho não se destina apenas a crianças carentes, mas a todas entre 9 e 13 anos.
Ao final do curso, os participantes são capazes de identificar os riscos de cada praia e as condições gerais do mar, reconhecer o significado da sinalização dos guarda-vidas, identificar pessoas em perigo e como acionar os meios de salvamento e conhecer a importância da preservação do meio ambiente.
– Teremos 30 alunos por turma e as atividades seguem até o Carnaval – explica o comandante do Corpo de Bombeiros de Itajaí, Tenente-Coronel Onir Mocelin.
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Os pais de crianças e adolescentes na faixa etária permitida podem inscrever os filhos gratuitamente em qualquer um dos postos de guarda-vidas da região. As inscrições são gratuitas e, nesta 15ª edição, o projeto pretende formar pelo menos dois mil participantes.
As aulas ocorrem em um período de uma semana para cada turma, nas principais praias catarinenses, das 8h às 10h. Na região do Litoral Norte as atividades estão programadas para Itajaí, Balneário Camboriú, Itapema, Bombinhas, Penha, Navegantes e Balneário Piçarras.