Uma semana após o acidente no Panamá envolvendo um ônibus de imigrantes a caminho dos Estados Unidos, uma família que mora em Navegantes, no Litoral Norte de Santa Catarina, conseguiu a confirmação de que parentes estão entre os mortos e feridos.
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Samuel Emile contou ao Santa que oito familiares dele estavam no veículo, dos quais três morreram, segundo informações que recebeu nesta quinta-feira (23) da Embaixada do Haiti — país de origem dele e dos irmãos. Agora o homem tenta conseguir ajuda para ir ao Panamá acompanhar a situação.
Ele conta que as informações obtidas até agora apontam que o irmão e a cunhada morreram. Os dois filhos do casal teriam sobrevivido. Outra irmã de Samuel também estava no ônibus e a princípio está internada e o marido está vivo, mas com várias fraturas. Um dos dois filhos desse casal teria morrido.
Samuel relata dificuldade em conseguir informações com as autoridades sobre a família. A associação dos haitianos em Navegantes cogita, inclusive, a possibilidade de criar uma campanha para arrecadar dinheiro e enviá-lo ao Panamá caso o governo não ajude.
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Os três irmãos nasceram no Haiti e vieram para Navegantes entre 2013 e 2016. Os sobrinhos de Samuel, envolvidos no acidente, nasceram em Santa Catarina. O homem conta que no dia 21 de janeiro, os parentes embarcaram com as respectivas famílias rumo aos Estados Unidos, onde sonham em viver.
Eles tentavam entrar ilegalmente no país americano.

Na madrugada do dia 15 de fevereiro, o ônibus em que estavam se envolveu em uma colisão com um micro-ônibus no Panamá. Havia 66 pessoas dentro. Ao menos 39 mortes foram confirmadas no dia. Conforme apurou o g1, além de brasileiros, havia equatorianos, chilenos e venezuelanos a bordo.
A Embaixada do Brasil no Panamá informou ao Santa nesta manhã que a única informação oficial até o momento é de que quatro crianças brasileiras estavam dentro do ônibus com os imigrantes. Disse ainda que uma equipe foi enviada nesta sexta à província de Chiriquí para saber o real cenário.
Também conforme a embaixada, não há informações de brasileiros entre os mortos.
A rota da América do Sul até os Estados Unidos é utilizada com frequência por haitianos que primeiro emigraram para o Brasil. A maioria leva consigo os filhos nascidos no Brasil. A situação pode explicar o fato de eventualmente haver apenas crianças com documentos brasileiros no ônibus, mas não adultos.
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