Davi Eduardo Pereira da Silva, 9 anos, nunca tinha entrado em um teatro. Muito menos assistido de pertinho uma apresentação de uma orquestra de câmara. Os olhos vidrados não perdiam um movimento dos instrumentos e o garoto estava encantado com o que via.

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— É a primeira vez que venho aqui. É muito legal ver eles tocando violino e teclado, é muito bonito. Os instrumentos são muito legais. Gostaria de tocar um violino porque é diferente, nunca toquei. Queria fazer aulas pra aprender também — diz o pequeno Davi, aluno da Escola Desdobrada Osvaldo Galupo e morador do Morro do Horácio.

Davi e outras cerca de 100 crianças e adolescentes de escolas públicas municipais de Florianópolis tiveram uma aula diferente na manhã desta sexta-feira, 6. Eles participaram do ensaio da Camerata Florianópolis e do pianista e arranjador Luiz Gustavo Zago, que se apresentam na noite desta sexta, no Teatro do CIC. Mas antes, aprenderam mais sobre a música clássica e os instrumentos de cordas.

— Eles receberam uma pequena aula sobre os conceitos da música, o que é um concerto, uma sinfonia, a diferença entre uma orquestra de câmara e uma orquestra sinfônica, e sobre os instrumentos — informa a produtora da Camerata Maria Elita Pereira.

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A professora de música da Escola Mâncio Costa, Milena Dugacsek, comenta que a música é um instrumento importante para a formação dos alunos e acredita que manter esta disciplina nas escolas municipais é fundamental para a educação.

— É muito importante para os alunos estarem aqui, alunos que muitas vezes não teriam acesso a este tipo de concerto, adentrar nesse universo musical que é tão rico, é a sensibilização através da música. A música rompe fronteiras. Muitas vezes eles ficam dentro de um único contexto e estar hoje dentro de um teatro, de poder ouvir, de poder ver um violinista, de poder ver músicos ao vivo, conversar com um compositor, de saber que não são universos distantes, é uma oportunidade esplendorosa. Coisa que seria tão distante e agora está tão próximo.

Músico como profissão

O projeto da Camerata de levar as crianças para uma aula no teatro tem a intenção de formar uma plateia e, quem sabe, despertar o gosto pela música clássica e também pela profissão de músico, segundo a produtora Maria Elita Pereira.

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— A criança está aí para gente ajudar a educar e nesta aula transmitimos conhecimento, mas acho que pode despertar para que algumas crianças visualizem a música também como uma profissão, até como um meio de ascensão social. Eles percebem que são profissionais que estão no palco, isso é uma profissão e eles também podem seguir esse caminho — diz.

Este é o sonho de Castiel Silveira Bittencourt, 16 anos, aluno da Escola Simão José Hess. Castiel estuda violino há um ano e ficou encantado com a oportunidade de ver o trabalho dos músicos da Camerata. Além disso, o garoto pretende fazer faculdade de música e também se profissionalizar.

— Nunca tinha visto uma orquestra de perto, é muito lindo, dá para se sentir no lugar deles, você sente até o nervoso de subir no palco. Eu praticamente consigo ouvir cada nota que eles estão tocando, até consigo decifrar algumas de ouvido. Isso incentiva muito, e qualquer um poderia tocar um instrumento se tivesse chance — conta.

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A colega Milena Miler Hecht, 13, também faz aulas de música e conta que a experiência de assistir ao concerto foi única.

— Eu achei lindo, já gostava de ver pelo computador, mas pessoalmente é uma coisa totalmente diferente. Eu achei muito legal porque de perto dava para ver os instrumentos se movendo e dava pra saber qual estava fazendo tal som, achei muito legal essa experiência.

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