A secretaria propôs a alteração como uma forma para se adaptar à Lei federal 12.796, de abril de 2013, que, a partir de 2016, vai responsabilizar os pais ou responsáveis para efetuarem a matrícula das crianças na educação básica a partir dos quatro anos de idade.

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Com a decisão, as crianças de até quatro anos continuarão sendo atendidas em período integral pelas creches e escolas. No entanto, as de cinco anos ou que completam esta idade até 31 de dezembro deverão ser matriculadas nas escolas ou creches em turno parcial.

De acordo com a diretora da Secretaria de Educação, Patrícia Lueders, o município precisa cumprir a lei e para isso começou a orientar os pais com antecedência, dando a eles tempo para se adaptar ao novo horário.

Atualmente Blumenau possui 78 Centros de Educação Infantil (CEIs), 10 creches domiciliares e sete ONGs conveniadas com a prefeitura.

As unidades, juntas, totalizam o atendimento de 12.939 crianças. O turno matutino é das 7h30min às 11h30min e o vespertino das 13h às 17h.

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Apesar de a mudança começar a valer somente em 2015, calcula-se que 2 mil famílias serão impactadas.

– A partir de 2016, com quatro anos a criança obrigatoriamente tem que estar na escola. Não podemos deixar para lá. O objetivo é que os pais procurem o município para que possamos garantir isto. Ano que vem Blumenau vai oferecer vagas para todas as famílias que nos procurarem – explica a diretora Patrícia Lueders.

Currículo sem alteração

Ela garantiu que o currículo das crianças matriculadas no Pré II não deve ser afetado. Segundo ela, a preocupação não é que a criança entre com quatro anos na escola e sim, qual o currículo que será oferecido a ela.

– Para isso, temos a diretriz curricular nacional. Nesta idade, os eixos norteadores da educação infantil são a interação e a brincadeira – afirma.

Famílias se preparam para a mudança

Na última semana os diretores das escolas começaram a divulgar os novos horários do próximo ano. A secretária Vanessa Reis, 28, leva diariamente o pequeno Carlos Eduardo ao Espaço de Educação Infantil Adélia Cardoso, no Salto. Como o filho tem três anos, no próximo ano letivo, ele ainda não será impactado pela mudança. No entanto, a mãe já revela a apreensão sobre o seu futuro.

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– A situação é um problema. Não saberei o que fazer. Talvez eu tenha que encontrar alguém para ficar com ele enquanto trabalho – disse a secretária.

O sentimento é compartilhado pela servente Roseli Moraes, que depende do ensino público, onde matriculou os dois filhos, um menino de cinco e uma menina de 10.

– A mudança vai impactar toda a minha rotina. Eu deixo ele aqui e vou trabalhar tranquila. Os pais precisam se unir para não deixar isso acontecer – avaliou.