O motorista Gilberto da Costa, 51 anos, assistia à televisão na sala de sua casa ao lado do Residencial Trentino, na zona Sul de Joinville, quando gritos de um menino lhe roubaram o sossego na tarde de Natal.
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– Ele berrava: ?Salva a minha prima. Não deixa ela morrer, porque nós fugimos e eu disse para ela não entrar na água. Pelo amor de Deus, a minha prima não pode morrer? -, lembra Gilberto.
Os gritos eram do primo de Alice Amorim da Silva, 11 anos. Ela e dois primos saíram escondidos da casa da tia no Residencial Trentino, enquanto ela dormia, e foram até uma lagoa nos fundos do conjunto habitacional para se banhar e espantar o calor que fazia na tarde de terça-feira.
A mãe da garotinha, Joana Ferreira de Amorim, 42 anos, conta que ela costumava frequentar a casa da tia, mas que nunca havia tomado banho na lagoa. Esta foi a primeira vez.
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Após a ceia de Natal, que reuniu a família de Joana na casa dela, no bairro Itinga, em Araquari, na noite de segunda-feira, Alice foi dormir na casa da tia. Assim que o primo percebeu que a menina desapareceu na lagoa, foi chamar por socorro.
Tão logo Gilberto ouviu os gritos, ele, o filho e um amigo atravessaram correndo a rua Juliano Buzarello e se embrenharam na mata onde fica a lagoa.
– Quando nós chegamos ela já não aparecia. Ela foi levantada encolhida. A gente imagina que ela estava fazendo força para subir, mas ela estava enterrada no lodo -, conta.
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Os três se revezaram nos primeiros socorros a Alice, já que ainda apresentava sinais vitais, e, nesse meio tempo, uma vizinha chamou a Polícia Militar. Uma viatura que estava no Boehmerwald foi até lá e levou a menina para o Pronto-atendimento Sul.
Segundo um enfermeiro, que não quis se identificar, Alice chegou com parada cardiorrespiratória. A equipe médica tentou reanimá-la, sem sucesso.
Os vizinhos da lagoa fazem um apelo para que o local seja fechado.
– As crianças pequenas vêm escondidas e tomam banho direto ali -, conta Gilberto.
Segundo vizinhos, a lagoa fica em um terreno particular e pelo menos outras duas pessoas morreram afogadas. Alice foi a primeira criança.
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