A criança de dois anos, encontrada com um casal de São Paulo após desaparecer em Santa Catarina, voltou a morar com a família após quase três meses. A informação foi divulgada pelo tio do menino nas redes sociais neste domingo (6). Ao menos quatro pessoas foram investigadas por envolvimento no caso, segundo a Polícia Civil.

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Na publicação, o homem conta que a criança voltou para o convívio da família na última semana. Durante o texto, ele relembra os momentos de angústia durante o sumiço e agradece as pessoas que apoiaram a família com mensagens de carinho.

De desaparecimento a tráfico de pessoas: os detalhes do caso do menino de SC encontrado em SP

“No dia 30 de abril quando esse pesadelo começou eu já não tinha mais esperança em ver humanidade nas redes sociais. Há tempos que o ambiente online virou um espaço de julgamentos precipitados e ódio gratuito, porém, assim que precisei, quando tudo começou e vim pedir ajuda por aqui o que vi foi uma onda de amor e solidariedade. Escrevo esse texto em meio a lágrimas, que dessa vez são de alegria e alívio por ter o nosso anjinho de volta”, diz o texto.

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Ele explica que a demora para o retorno da criança à família ocorreu porque estudos psicossociais estavam sendo feitos. Entretanto, ele alega que tanto os pais dele quanto a irmã, que é mãe da criança, o visitavam todos os dias.

“Esses estudos e acompanhamentos feitos por psicólogos e assistentes sociais visam garantir um ambiente seguro ao menor, que no caso do […], hoje tem sua guarda compartilhada entre meus pais (avós do […]) e da minha irmã (mãe dele)”, diz.

Após retornar para Santa Catarina, a criança ficou em um abrigo em São José, na Grande Florianópolis, a pedido do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), que acompanha o caso.

O NSC Total entrou em contato com a Polícia Civil para saber detalhes da investigação, mas não obteve retorno até a publicação.

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Entenda o caso

A investigação sobre desaparecimento do menino de dois anos em Santa Catarina no último dia 5, após o registro de boletim de ocorrência feito pela família da criança. O bebê, segundo a investigação, foi visto pela última vez com a mãe, no dia 30 de abril em São José. Ela, porém, deu entrada a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em um hospital da Grande Florianópolis. Ela já teve alta e prestou depoimento à polícia.

O menino foi encontrado com um casal em um carro com placa adulterada, que teria saído da capital catarinense em direção a São Paulo. Na abordagem, os dois apresentaram a Certidão de Nascimento da criança e afirmaram à polícia estar indo ao fórum regularizar a adoção. Eles foram presos em flagrante, suspeitos de tráfico de pessoas.

A Polícia Civil de Santa Catarina investiga o envolvimento de outras duas pessoas no desaparecimento.

De acordo com a Polícia Civil, a mãe do menino teria sido “aliciada” desde o nascimento do filho para entregar a criança para adoção de um casal. Toda a conversa foi feita via internet e os dois estiveram na Grande Florianópolis apenas para pegar o menino.

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Em depoimento, a mãe afirmou ter entregado a criança por “livre e espontânea vontade”. Apesar da entrega voluntária, o Código Penal descreve como crime o ato de registrar o filho de outra pessoa como próprio. O envolvimento de dinheiro na ação será investigado após a quebra de sigilo bancário em Santa Catarina. Após ser encontrado, o menino foi deixado com o Conselho Tutelar de São Paulo.

*Em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e seguindo nossos preceitos éticos e editoriais, a NSC não identificará a criança que foi levada de Santa Catarina e encontrada pelas autoridades em São Paulo no dia 8 de maio.

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