Quem vê Caique Bernardo Manzke, de 10 anos, deitado na cama do hospital, tranquilo, não imagina o trauma que o menino enfrentou. Ele e a família moram em Vila Paraíso, no interior de Paraíso do Sul. Na tarde do último sábado, Caique resolveu ir andar de pônei e pescar na casa de um amigo, que fica a três quilômetros de distância de onde ele reside.
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Após caminhar sozinho até a residência, percebeu que não havia ninguém. Quando ele estava indo embora, dois cachorros da família, que estavam soltos, o atacaram na perna e no braço. O pai do menino, Marinho Manzke, de 33 anos, conta que no momento do acidente, não havia ninguém por perto.
_ Moramos no interior, é tudo mais afastado. Perto desta casa em que o Caique foi visitar o amigo, não tem outras casas vizinhas por perto. Então ninguém viu o que estava acontecendo_ comenta.
Segundo o pai, Caique ainda conseguiu reagir ao ataque e pegou um pedaço de pau para se defender. Depois de levar algumas mordidas pelo corpo, ele caiu no chão.
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_ Mesmo bastante ferido, ele conseguiu ser corajoso e se defender. Ficamos admirados com o instinto que ele teve na hora. Enquanto ele estava no chão, abaixou a cabeça para não ser atacado no rosto. E mesmo machucado ele conseguiu se levantar, se livrar dos cachorros e sair correndo para pedir ajuda_ lembra Manzke.
Depois de se levantar, o menino conseguiu correr cerca de 500 metros, até que um vizinho o encontrou chorando e o levou para atendimento médico no hospital da localidade. Por causa da gravidade dos ferimentos, Caique foi transferido no mesmo dia para o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), onde está internado desde o dia do ataque. Ele precisou levar mais de 100 pontos no corpo, e já passou por duas cirurgias de enxerto na perna direita, mas o organismo rejeitou. Agora, ele aguarda a recuperação para fazer um novo procedimento cirúrgico.
A família afirma que era comum o menino se deslocar até a casa do amigo para brincar. De acordo com o pai, os pais do amigo nunca alertaram as crianças para ter cuidado com os cachorros, que, conforme ele, já teriam atacado outras pessoas. A família dona da casa ainda não entrou em contato para saber do estado de saúde da criança.
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