O pequeno Andrei Sevignani Schwanz, de 11 anos, teve uma linda surpresa em seu aniversário neste mês de outubro. Morador de Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina, ele tem autismo (nível de suporte 1) e não gosta muito de ser o centro das atenções. Sua turminha do quinto ano da Escola de Ensino Básico Euclides da Cunha respeitou e fez uma comemoração diferente para o menino, inclusiva e emocionante.
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Segundo a jornalista Francine Sevignani, mãe da criança, por conta do diagnóstico, o filho tem uma certa dificuldade de socialização e não gosta de chamar a atenção e nem que cantem “parabéns” para ele, o que pode ser muito comum em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A professora de educação especial do quinto ano um da Euclides da Cunha, Vitória Schulz, no dia do 11º aniversário do Andrei, que ocorreu em 7 de outubro, já sabia da condição do aluno e teve uma ideia.
— Os coleguinhas estavam bastante ansiosos para cantar parabéns e abraçar o Andrei. Mas todos entenderam que ele não gostava. Em conversa com a professora regente da turma, a Luciana Bertoli, resolvemos usar a primeira aula do dia para confeccionar cartinhas de feliz aniversário para ele. Pedimos, para quem quisesse, escrever o que viesse no coração — contou a professora.
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Alguns alunos fizeram as cartas com textos e outros demonstraram seu sentimento em forma de desenho, sem nenhum tipo de barulho mais expressivo.
— Uma atitude muito simples, que deixou uma criança muito feliz. Os colegas respeitaram que não podiam abraçar o Andrei mas que, mesmo assim, poderiam demonstrar muito amor e carinho. Foi uma atividade que agradou a todos — observou a professora.
A mãe e o pai do Andrei, Francine e Andrei Kroth Schwanz, ficaram bastante emocionados com a atitude das professoras e da turma, e contam que o filho chegou radiante em casa com as cartinhas.
— Como mãe, senti que meu filho foi acolhido pelas professoras e por seus colegas, o que mostrou a inclusão neste ambiente escolar. A Euclides da Cunha tem um olhar especial para crianças com laudo de autismo, o que me deixa muito feliz. O Andrei não é de se emocionar, mas passou a semana toda falando sobre isso — disse a mãe.
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A Francine contou a linda história em suas redes sociais e comoveu muitas mães de crianças autistas – as mães atípicas. Ela é ativista na causa da inclusão social de pessoas com TEA e fala sobre o assunto em seu perfil no Instagram.
— Quando estamos falando em inclusão, muitas vezes não estamos pedindo muito. Às vezes simples gestos de amor, humanidade e respeito, fazem toda a diferença para crianças com laudo. Com certeza o Andrei não vai esquecer este momento tão cedo — relatou Francine.
— A inclusão quando sai do papel transforma vidas e sociedades. É um processo contínuo que exige o compromisso de todos e com uma equipe unida não poderia ser diferente. Respeitar essa autonomia do nosso estudante é fundamental para promover a dignidade e o bem-estar dele. Até para que se sinta mais seguro, valorizado e motivado a participar ativamente de seu processo de aprendizagem — completou a professora Vitória, que atua com Educação Especial desde 2019 e desde 2022 é professora.
Veja fotos das cartas recebidas por Andrei
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