O crescimento da atividade manufatureira da China foi robusto em dezembro, mas desacelerou pela primeira vez desde julho, de acordo com um indicador oficial divulgado hoje. O indicador também mostrou uma flexibilização bastante acentuada das pressões sobre os preços após uma série de medidas de aperto adotadas por Pequim para conter a inflação.
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O Índice dos Gerentes de Compra (PMI, na sigla em inglês) da China caiu para 53,9 em dezembro, de 55,2 em novembro, afirmou a Federação de Logística e Compra da China (CFLP, na sigla em inglês), que anuncia os dados junto com o Escritório Nacional de Estatísticas, num comunicado. Uma leitura do PMI acima de 50 indica expansão da atividade industrial, ao passo que a leitura abaixo desse nível sinaliza contração.
Segundo economistas, os dados mostraram que a segunda maior economia do mundo mantém-se sólida, mas não sinaliza um superaquecimento e, embora o governo chinês possa continuar a apertar sua política monetária, a chance de a inflação no país sair do controle é pequena.
– O declínio (do PMI) foi impulsionado principalmente por uma queda das encomendas domésticas novas, sugerindo que os fabricantes de manufaturas poderão tornar-se mais cautelosos em meio às medidas de aperto do governo para conter o aumento da inflação – disse Ting Lu, economista do Bank of America-Merrill Lynch, em nota de pesquisa.
O subíndice de novas encomendas caiu para 55,4 em dezembro, de 58,3 em novembro, disse Zhang Liqun, analista da CFLP no comunicado. Ele acrescentou, no entanto, que, em razão da melhoria da rentabilidade da atividade industrial de valor agregado, das exportações e do investimento em novembro, a economia chinesa não deverá mostrar uma tendência de desaceleração acentuada no futuro.
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Das 11 categorias do PMI, cinco subiram e seis recuaram em dezembro, na comparação com o mês anterior. O subíndice de preços dos insumos, um dado observado de perto e que possui implicações relacionadas à inflação, declinou para 66,7 em dezembro, de 73,5 em novembro.
As preocupações com a inflação estão no centro das atenções, depois que o índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) da China subiu 5,1% em novembro, em comparação com o mesmo período de 2009, e o banco central chinês elevar no dia 25 de dezembro a taxa de juros pela segunda vez neste ano.