Depois de um ano todo sem registrar um foco sequer de dengue, a Vigilância Epidemiológica de Itajaí já encontrou três nos dois primeiros meses do ano. O aumento se repetiu em outros cinco municípios da região – Balneário Piçarras, Navegantes, Balneário Camboriú, Itapema e Porto Belo – na comparação com o mesmo período de 2012. Bombinhas foi o único que registrou queda e Penha e Camboriú se mantiveram com nenhum caso.

Continua depois da publicidade

No total, foram 50 os focos registrados do dia 1º de janeiro a 28 de fevereiro deste ano, contra 13 no mesmo período do ano passado, um aumento de 284%. Em Itajaí, mesmo com a volta dos casos à cidade, o coordenador do Programa de Dengue, Lúcio Vieira, diz que a situação é considerada normal e que não há motivo para alerta.

– Estamos dentro da média esperada por nós. O aumento ocorreu em todo o Estado, mas ainda não há com que se preocupar – disse Vieira.

O terceiro foco foi encontrado na tarde de quinta-feira, na armadilha que fica às margens da BR-101, próximo do entroncamento com a Rodovia Jorge Lacerda, no Bairro Salseiros. O primeiro havia sido encontrado na região do Porto, no Centro, e o outro no Bairro Cordeiros, também às margens da BR-101.

– São pontos que consideramos isolados, ou seja, sem muitas casas ao redor, o que fica mais fácil de controlar. Nosso receio é quando atingir uma área como o Bairro São Vicente, por exemplo, onde o trabalho de verificação será mais intenso, já que geralmente as pessoas não estão em casa.

Continua depois da publicidade

Campanhas

Em 2009, quando foram registrados 40 focos, a maioria se encontrava no Bairro São João. Campanhas de conscientização e palestras com a comunidade fizeram com que o número fosse reduzido a zero no bairro no ano seguinte, o que se mantém até hoje.

Em Balneário Camboriú, o número de focos nos dois primeiros meses aumentou de dois, em 2012, para 12, neste ano. Para o coordenador do Programa de Combate à Dengue, Márcio Cristiano Passing, o aumento foi em todo o país e se refletiu na região.

– Mesmo assim, consideramos que está dentro da média. É um número que oscila muito e que já registramos em outros anos – afirmou.

Dos 12 focos encontrados, seis foram localizados na região central, três no Bairro das Nações, dois no Bairro dos Estados e um no São Judas.

Continua depois da publicidade

Itapema registra a maior incidência

Com 18 focos em dois meses, Itapema lidera a lista de registros na região. Porém, a coordenadora do Programa de Combate à Dengue na cidade, Richelle Caroline dos Santos, não vê motivo para preocupação.

– A gente registrou todos os focos na mesma região, o Bairro Meia Praia. Não significa que está espalhado pelo município inteiro e assim dá para controlar melhor – acredita.

Turistas

Richelle diz também que é comum aumentar o número de focos neste período, já que a cidade recebe muitos turistas.

– A maioria dos focos foi encontrada em pousadas ou casas de veranistas. Concentramos então na prevenção e conscientização dos cerca de 9 mil imóveis que ficam na área afetada – comenta.

Continua depois da publicidade

A coordenadora admite também a dificuldade em se visitar todos os imóveis, já que boa parte é de veranistas e está fechada quando o agente visita. Para casos considerados mais graves, como a suspeita de que uma piscina possa conter larvas do mosquito, o programa fez uma parceria com a promotoria de Justiça, que libera o acesso às casas que estão fechadas.