Apesar de ter crescido a parcela de homens que realizam afazeres domésticos em Santa Catarina, ainda há diferenças relevantes no tempo dedicado a essas tarefas entre homens e mulheres catarinenses. As mulheres gastam quase o dobro de horas semanalmente (19,7 horas) a essas atividades em relação aos homens (11,4 horas). As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) – Outras Formas de Trabalho, referente a 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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No Brasil, as mulheres dedicam 20,9 horas, enquanto os homens 10,8 horas. A realização de afazeres domésticos entre os homens do Estado aumentou entre 2016 e 2017, passando de 78,3% para 85%. O crescimento de 6,7 pontos percentuais fez com que SC saltasse da quarta para a primeira colocação entre os Estados com a maior taxa de homens que realizaram afazeres no próprio domicílio em 2017. Entre as mulheres, também houve aumento de 92% para 94,1%, uma variação de 2,1 pontos percentuais.
Entre os homens de SC, a taxa com maior participação nas tarefas da casa aparece na faixa entre 25 e 49 anos (88,4%), e a com menor entre 14 e 25 anos (75,7%). O mesmo cenário é visto entre as mulheres, com 96,3% e 90,9%, respectivamente. Os homens que mais realizam os afazeres em SC são aqueles com ensino superior completo (88,3%); entre as mulheres, são as com ensino médio completo e superior incompleto (95,4%).
No Brasil o aumento entre os homens (4,5 pontos percentuais) ficou abaixo do registrado em SC, assim como o das mulheres (1,9 p.p.). Ainda assim, existe uma grande diferença nas taxas de realização de afazeres domésticos entre homens (76,4%) e mulheres (91,7%) no país.
A analista de Trabalho e Rendimento do IBGE Alessandra Brito avalia que esses resultados demostram que ainda vai demorar para haver equilíbrio entre os sexos no trabalho doméstico:
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— É uma mudança estrutural, que leva mais tempo, é preciso uma mudança de mentalidade. Todo mundo avançou, mas a proporção de mulheres aumentou menos, porque elas já tinham uma taxa muito alta.
As mulheres no país estavam à frente dos homens em todos os tipos de afazeres domésticos, exceto pela execução de pequenos reparos ou manutenção do domicílio, automóvel, eletrodoméstico ou outros equipamentos, citado por 63,1% deles e apenas 34% delas.
As maiores discrepâncias ocorreram no preparo de alimentos — conduzido por 95,6% das mulheres que faziam tarefas domésticas, mas somente 59,8% dos homens que trabalhavam no cuidado da casa — e limpeza ou manutenção de roupas e sapatos — atividade executada por 90,7% delas e apenas 56% deles.
O levantamento também mostrou que 4,7% dos catarinenses realizaram serviços voluntários em 2016; essa taxa subiu para 5% em 2017.
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