O número de mulheres que procura o Senai, em Santa Catarina, para fazer cursos de manutenção automotiva aumentou significativamente nos últimos três anos. Segundo dados da instituição, em 2010 havia 38 mulheres participando de cursos técnicos e de curta duração de mecânica de automóveis no Estado, o que representava 1% do total de alunos. Em 2012, o número aumentou para 84 e o percentual de participação das mulheres subiu para 5%.
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O diretor do Senai de São José, Marcos Hollerweger, acredita que a participação feminina no setor automotivo é crescente e deve aumentar ainda mais nos próximos anos impulsionada pela venda de automóveis, instalação de fábricas e dificuldade de encontrar profissionais qualificados no segmento. Além disso, ele admite que a sensibilidade da mulher é fundamental para reparos de maior precisão.
Mansueto Junior, dono de uma oficina de motos há 24 anos, em Itajaí, conta que há três anos recebeu o currículo de uma menina que queria ser mecânica de motos. Era Bárbara Laurete, na época com 20 anos. Motivado pela curiosidade, ele resolveu aceitar o desafio e experimentar Bárbara na função.
– Mulher é mais cuidadosa, delicada e calma. Quando tem que desmontar uma moto grande, ela cuida mais – diz Mansueto.
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Na oficina, Bárbara faz todo tipo de serviço, inclusive a parte de motor. Ela lembra que, antes de ser contratada, levou o currículo por quase toda a cidade e ninguém quis dar chance.
– Assim que ele (Mansueto) aceitou fazer o teste, colocou a mão na cabeça como quem diz “o que eu fiz?”. Mas bastou uma semana para ver o meu potencial – conta.
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– Vejo cada vez mais mulheres se interessando pelo curso. Hoje, temos três meninas cursando a primeira fase e duas a segunda fase – conta.
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