A exploração sexual de paraguaias é um crime que vem crescendo em solo catarinense. Da região da Grande Florianópolis, mapeada pela Polícia Rodoviária Federal ao Sul de Santa Catarina, onde a Polícia Federal identificou parte de uma rede de tráfico internacional de pessoas. A demanda por mulheres do país vizinho é maior do que por brasileiras em boates de beira de estrada e casas de massagem. As jovens de pele clara, sotaque sensual e longos cabelos negros são aliciadas ou entram em SC por vontade própria, ilegais ou com visto de turista.
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De um dos quartos de uma boate na Grande Florianópolis é possível ouvir o barulho dos caminhões passando na BR-101. Luz azul, mesa de cabeceira com camisinhas de venda proibida, cortina imitando renda e cama de casal com lençóis desbotados. É num ambiente assim que as jovens paraguaias fazem programas a R$ 150, R$ 50 a mais do que recebem as brasileiras. O trabalho começa às 21h e segue até às 6h. Os clientes são pescadores e caminhoneiros, geralmente. Uns provocam ânsia de vômito nas profissionais, de tão sujos que chegam. Muitos lamentam sobre as esposas e adoram ganhar cafuné. Antes de ir para o quartinho, dançam sertanejo e bebem cerveja.
A folga das garotas é nas segundas. De dia, elas dormem em pequenos quartos com cheiro de mofo. Não pagam pelo alojamento nem alimentação, gás ou luz. Muitas vivem sob esquema de escravidão. São obrigadas a pagar as despesas da viagem, condição que descobrem ao chegar e única maneira de retornarem ao seu país. Vivem sob estrita vigilância. Garotas de boates da região contam que a maioria dos clientes procura pelas paraguaias.
– Elas são magrinhas, de cabelão comprido e a maioria é bem bonita-contou uma garota de programa brasileira.
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Uma cafetina disse que as paraguaias vem de carona, ficam uns dias e voltam.
– A coisa mais fácil é pegar carona na BR. Está cheio de paraguaia por essas boates – diz a mulher.