Crime sem violência, mas que dói no bolso da vítima, o furto a residências teve um crescimento de 40,2% entre os anos de 2011 e 2013. Os dados da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina – que consideram os boletins de ocorrência da Polícia Militar e os boletins registrados pelas vítimas em delegacias da Polícia Civil – mostram que o aumento maior está concentrado entre dezembro e março, quando muitos moradores vão para as praias e deixam as casas abandonadas por um longo período.

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Os números de furtos a residências basicamente variam entre 100 e pouco mais de 300 casos por mês. Em 2011, o mês com maior incidência foi dezembro, com 198 ocorrências. Em 2012, janeiro foi o mês mais expressivo com 230. Já em 2013, agosto foi o mês que superou os demais com 309 ocorrências, um aumento de 119% de um mês para o outro. No mês seguinte, o número caiu para 208 casos.

De acordo com um levantamento feito pelo 8º Batalhão da PM, que atende às regiões Norte, Leste, Oeste e Central, os bairros com maior incidência desse tipo de crime são o Costa e Silva, Vila Nova, Iririú e Aventureiro. Na zona Sul, onde não ocorre tanto furto a residências, o índice de receptação (que recebe o produto furtado) é maior que no restante da cidade. Conforme o subcomandante do 8º BPM, major Jofrey Santos da Silva, a pessoa que comete o furto o age fora da área onde mora.

Crítica à legislação

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O major chama a atenção para a legislação, que deveria ser mais rigorosa nesse sentido. Apesar de o trabalho das polícias ser mais focado em crimes contra a vida e que envolvem violência, só no ano passado o 8º BPM prendeu 309 pessoas por furto, mas apenas 26% delas permanecem presas.

-A legislação precisa cobrar um tratamento mais adequado para a reabilitação-, completou.

Entre as dicas de segurança (veja quadro ao lado), Jofrey destaca o cuidado que as pessoas devem ter ao comunicar que pretendem viajar. O vigilante particular que faz rondas de motocicleta à noite também nem sempre é uma pessoa de confiança. Por isso, é importante checar o histórico do suposto segurança.

O delegado regional da Polícia Civil, Dirceu Silveira Júnior, considera que se Joinville for comparada a outras cidades do mesmo porte ainda pode ser considerada tranquila. Dirceu pondera que o cidadão também deve estar atento a sua própria segurança.

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-O que facilita o furto é a sensação de abandono. É a história da ocasião faz o ladrão.

Ela teve a casa invadida duas vezes

Uma moradora do bairro Anita Garibaldi – que não quis se identificar – teve a casa invadida por ladrões duas vezes no ano passado. O último arrombamento ocorreu no dia 21 de dezembro, em plena luz do dia, enquanto ela resolvia assuntos no Centro. Ocorreu entre 14 e 17 horas, conta ela, que está indignada e cobra mais segurança no bairro.

-A gente se sente impotente dentro da própria casa. Estou revoltada. Pagamos nossos impostos e não temos segurança-, afirma.

Desta vez, os bandidos levaram dois notebooks, um smartphone, joias e máquina fotográfica. Em março, o prejuízo foi ainda maior. Bandidos levaram duas TVs – uma de 42 polegadas e outra de 32 polegadas, joias e roupas masculinas.

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Agora, a dona de casa e o marido decidiram reforçar a segurança da casa com um sistema de alarme mais moderno e até já pensaram em se mudar para um apartamento.

-Agora, estou bem mais alerta-, revela a moradora, que registrou boletim de ocorrência dos dois arrombamentos e espera poder contar com a investigação da polícia.

Outros moradores do bairro tiveram a casa arrombada no fim do ano passado e agora estão se mobilizando para ir até o comando da PM cobrar mais rondas.

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-Claro que a gente tem de agradecer por não estar em casa nessas horas. Mas isso não tira a indignação de ter a casa invadida por bandidos que levam bens que trabalhamos para conseguir-, conclui.

Dicas de segurança

– Sistema de alarme é sempre eficaz.

– Não deixar luz acessa durante o dia.

– Tenha um cão de guarda.

– Só atender à porta após identificação prévia.

– Manter a porta da garagem sempre fechada.

– Aguardar o fechamento de portões eletrônicos.

– Ao sair ou retornar da residência, observe as proximidades e, se constatar a presença de estranhos, não entre.

– À noite, deixe pelo menos uma lâmpada acesa na área de maior risco da residência.

– Não aceitar a entrada de técnicos não solicitados.

– Ao viajar, avise parentes ou vizinhos de confiança, para que esporadicamente verifiquem a residência e coletem correspondências.

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– Na perda das chaves, troque as fechaduras.

– Não dê informações por telefone para pessoas desconhecidas.

– Oriente familiares e empregados para que não comentem com estranhos sobre os bens da família.

A PM conta com o serviço Viagem Segura, que consiste em rondas policiais em casas cadastradas no programa. Das 494 residências monitoradas nesta temporada, apenas uma foi furtada até agora.

As inscrições podem ser feitas na sede do 8º BPM, pelo telefone 3431-8700, nas bases operacionais da PM nos bairros Aventureiro, Jardim Paraíso e Vila Nova ou pela página do Facebook do batalhão. O 17º BPM também participa da operação atuando na zona Sul.

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*Colaborou Raquel Schiavini