Um estudo especial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a evolução dos empregos formais no país, divulgado nesta terça-feira, acentua o crescimento do emprego com Carteira de Trabalho assinada, sobretudo a partir de 2008.
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Elaborado para o Dia do Trabalho, comemorado nesta quarta-feira, o estudo destaca o aumento de 10,5 pontos percentuais observado na última década entre os empregados com carteira assinada no setor privado que, em 2003, somavam 71,9% e passaram para 82,4% em 2012, do total de 84,8% de empregados que se encontravam na iniciativa privada, no ano passado.
Considerando-se toda a população ocupada do país no período de 2003 a 2012, a análise do percentual de empregados com carteira assinada no setor privado mostra que o crescimento no período alcançou 53,6%, passando de 7,3 milhões para 11,3 milhões, enquanto a expansão do total dos ocupados foi 24% (de 18,5 milhões para 23 milhões).
Por setores de atividades, o estudo indica que o comércio foi o setor que mais registrou crescimento de empregados com carteira assinada. Em 2003, apresentava 39,7% e no ano passado subiu para 53%.
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O comércio responde também pela transformação qualitativa do mercado de trabalho. A grande concentração do trabalho com carteira, entretanto, está na indústria e nos serviços prestados às empresas, da ordem de 69,7% e 70,4%, respectivamente, em 2012.
O estudo do IBGE também mostrou que diminuiu nos últimos anos a diferença entre brancos e negros com carteira assinada. Do universo de ocupados de cor branca em 2003, 41,2% tinham carteira assinada, ao passo que, entre os ocupados negros ou pardos, a proporção era 37,7%, ou seja, havia uma diferença de 3,5 pontos percentuais entre as duas classes. Em 2012, a diferença caiu para 0,2 ponto percentual (49,4% para brancos e 49,2% para pretos ou pardos).
A análise por gênero de pessoas com Carteira de Trabalho assinada indica que houve um significativo crescimento da participação feminina no mercado de trabalho privado. O aumento observado entre 2003 e 2012 atingiu 9,8 pontos percentuais (de 34,7% para 44,5%), enquanto na população ocupada total, a participação das mulheres subiu apenas 2,3 pontos percentuais (de 43% para 45,6%).
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Do mesmo modo, a escolaridade vem crescendo na população como um todo. No ano passado, 68,7% dos empregados com carteira tinham 11 anos ou mais de estudo, contra 53,5% em 2003. O aumento foi 5,2 pontos percentuais.
Nos dez anos analisados pelo IBGE, verifica-se que o rendimento dos empregados com carteira assinada evoluiu 14,7%. Embora tenha crescido o contingente de trabalhadores com carteira assinada, esses vinham de atividades anteriores cuja remuneração não era tão alta.
O estudo indicou também que o rendimento médio real da população ocupada com carteira assinada no setor privado passou de R$ 1.433,01 para R$ 1.643,30 entre 2003 e 2012. No mesmo período, o rendimento da população ocupada total cresceu 27,2% (de R$ 1.409,84 para R$ 1.793,69).
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