Em pouco mais de um mês, o número de focos positivos do mosquito Aedes aegypti, vetor transmissor da dengue, do vírus da zika e das febres chikungunya e amarela, já corresponde a um terço do encontrado em todo o ano passado em Joinville. Já são 104 amostras positivas desde 1º de janeiro até 9 de fevereiro. Nos dois primeiros meses do ano passado, foram registrados 86 casos e, em todo 2017, foram 292 ocorrências.

Continua depois da publicidade

Sozinhos, os bairros Boa Vista e Fátima, na zona Sul, detêm 59% dos focos positivos mapeados pelo Serviço de Vigilância Ambiental. Até a primeira semana de fevereiro, foram 31 registros no Boa Vista e 20 no Fátima. O resultado preocupa os agentes da Prefeitura, principalmente com relação ao crescimento da infestação no bairro Fátima, na região próxima ao Terminal do Guanabara. Isso porque o volume atual já supera o consolidado de focos achados em 2017, de 17 casos.

Na comparação de janeiro deste ano com o primeiro mês do ano passado, houve um crescimento de 38% nos focos positivos. Foram 57 pontos em 2017, contra 89 no início do 2018. Apenas na primeira semana de fevereiro houve 25 casos, apenas quatro a menos do que no mesmo mês em todo o ano passado. Se analisarmos os dois primeiros meses, o avanço é de 20%.

Com o resultado, Joinville está na lista dos 64 municípios catarinenses considerados infestados pelo inseto, de acordo com o último boletim da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina ? de 8 de fevereiro. Vale ressaltar, no entanto, que nenhum caso da doença foi notificado no município neste ano. No Estado, no comparativo entre janeiro de 2018 e o mesmo mês de 2017, houve crescimento de 71% no número de focos: 2.073 contra 1.207.

De acordo com Nicoli dos Anjos, coordenadora da Vigilância Ambiental, a explicação para o aumento de focos do Aedes aegypti no município é simples: descuido da população. Segundo ela, no Fátima, por exemplo, em um raio de 300 metros foram observados diversos focos positivos, a maioria deles nos quintais das residências.

Continua depois da publicidade

— Chama a atenção porque esses focos foram encontrados nas casas a partir de uma armadilha de combate ao mosquito, montada pelos agentes de fiscalização. Nesses locais, foram constatados vasos de planta e pneus com acúmulo de água parada. Isso preocupa porque a infestação ocorre do dia para a noite e essa é a época do ano mais complicada, pois o desenvolvimento das larvas ocorrem de forma muito rápida — explica.

Para o combate aos focos do transmissor, o serviço intensificou as visitas nas áreas de infestação. Nos locais em que são encontrados pontos positivos para o mosquito há limpeza dos recipientes e são repassadas informações aos moradores. Em caso de descumprimento às orientações dos agentes ambientais, o dono do imóvel recebe notificação e pode ser multado.

— O intuito das vistorias não é multar, mas conscientizar a população porque se trata de um problema de saúde pública muito sério para a comunidade — destaca Nicoli.

Para melhorar o combate ao Aedes aegypti, o Serviço de Vigilância destaca ainda a importância de contar com o auxílio da população. Em caso de dúvidas, o morador pode ligar para o telefone 3432-2337, do Serviço de Vigilância Ambiental.

Continua depois da publicidade

COMO COMBATER O MOSQUITO

A Prefeitura de Joinville elaborou uma lista com dicas para eliminar o mosquito. A orientação principal e também a mais efetiva é a mesma: evitar o acúmulo de água parada.

Dicas de prevenção

– Evite usar pratos nos vasos de plantas; se usar, coloque espuma em volta do pratinho;

– Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;

– Mantenha lixeiras tampadas;

– Deixe os tanques utilizados para armazenar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas-d?água, lembrando de vedar inclusive o ?ladrão? com uma tela de proteção;

– Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;

– Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;

– Mantenha ralos fechados e desentupidos;

– Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;

– Retire a água acumulada em lajes;

– Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em vasos sanitários pouco usados e mantenha a tampa sempre fechada;

– Evite acumular entulho, pois podem se tornar criadouros do mosquito;

– Guarde pneus velhos e outros objetos que possam acumular água em locais secos e abrigados da chuvas;

Continua depois da publicidade

Leia mais

Acesse o NSC Total e fique por dentro do que acontece em SC