Há alguns anos, a ideia de vender esteiras industriais para empresas de outros países parecia impensável para o gerente comercial Walmir dos Santos. À procura por mais clientes, a fábrica joinvilense Systembelt descobriu um caminho para crescer. Investiu em tecnologia no desenvolvimento de seus produtos e viu as portas de países da América Latina se abrirem para a sua produção.

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Desde 2009, Walmir negocia com clientes do México e da Argentina, seus principais compradores no exterior, e a expectativa para 2012 é de aumentar o faturamento de exportações em 20% em comparação a 2011.

– Começamos o ano negociando um pedido para Cuba e neste mês iremos para a Argentina para montar um equipamento em uma indústria -, conta.

Fazer parte da lista das companhias joinvilenses que atuam no cenário internacional, ainda que com uma participação tímida, é um ponto estratégico para a empresa. O objetivo é crescer fora do País ficando conhecida pela uso de alta tecnologia na execução de projetos personalizados.

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A valorização do real diante do dólar, a competitividade de produtos chineses e a crise econômica europeia e nos Estados Unidos prejudicaram a balança comercial do município no ano passado – assuntos que devem continuar pesando nos negócios internacionais em 2012.

Segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, as exportações de indústrias joinvilenses caíram 1,7% em 2011, passando de US$ 1,71 bilhão em 2010 para US$ 1,67 bilhão. Apesar de todas as adversidades, o número de exportadores cresceu na cidade no ano passado, saltando de 154 em 2010 para 163.

O levantamento mostra que a entrada de cinco novas microexportadoras, que faturam até US$ 1 milhão, e o aumento exportadoras que passaram de médio para grande porte, que passou de zero para quatro, influenciaram nos resultados de 2011.

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Microexportadores guerreiros

Para o presidente do Núcleo de Comércio Exterior da Associação Empresarial de Joinville (Acij), Eduardo Domingues, o número é animador quando se leva em conta a burocracia e a falta de incentivos do governo na área.

– Ouço há anos comentários de que é preciso incentivar as pequenas empresas a exportarem, mas não há nenhuma medida prática que os ajude nesse sentido. Esses microexportadores são guerreiros, estão conseguindo colocar seus produtos no mercado porque perceberam que é preciso agregar valor, investir em inovação, em tecnologia. Se elas continuarem atuando nesse sentido, a tendência é que esse número possa ser ainda maior nos próximos anos -, avalia.

Para as grandes empresas, a tendência é que 2012 comece com o pé no freio. O presidente do núcleo da entidade empresarial explica que as incertezas na Europa e nos Estados Unidos, os dois maiores clientes dos produtos made in Joinville, e as barreiras que a Argentina está colocando em prática deixam os empresários receosos e os obrigando a rever seus planejamentos estratégicos.

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