A procura pelo armazenamento de células-tronco, retiradas do sangue do cordão umbilical do bebê ao nascer, cresceu consideravelmente em Santa Catarina. Nos últimos quatro anos, a busca por um banco privado aumentou 82% no Estado e o banco público, que está sob a responsabilidade do Hemosc, possui 500 amostras prontas para serem usadas a qualquer momento.
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Conheça as diferenças entre os bancos públicos e privados de células-tronco
Se armazenado na hora do nascimento, o material pode ser utilizado para tratar 80 doenças hematológicas, como tipos de câncer as células sanguíneas e outras disfunções do sistema de produção ou funcionamento das células do sangue quando há a necessidade de transplante. Esse potencial foi determinante para que a jornalista Liseane Crippa Mendes decidisse fazer a coleta do sangue do cordão umbilical da primeira filha, nascida há 11 anos, em Florianópolis.
– Talvez esse material possa ser útil para nossa filha ou para nossa família. A praticidade do processo e os avanços das pesquisas, não apenas para o tratamento de doença, mas também para a prevenção, facilitou a decisão.
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Pacientes de Santa Catarina poderão guardar células-tronco para
No Estado, a coleta pública é feita pela equipe do Hemosc de Florianópolis e somente duas unidades estão conveniadas para efetuar o procedimento, a maternidade do Hospital Regional, em São José, e a Carmela Dutra, na Capital. O armazenamento das células-tronco existe desde 2009 e faz parte da Rede BrasilCord, que regulamenta a atividade.
De acordo com a coordenadora e bioquímica do setor de Criobiologia do Hemosc, Janete Lourdes Cattani Baldissera, mensalmente são realizadas em média de 15 a 18 coletas, através do consentimento da doação por parte da mãe.
Desde 2009, o Hemosc verificou 6,3 mil doações, destas 940 amostras foram coletadas. No país, existem bancos públicos de coleta do sangue do cordão umbilical em 14 Estados, que contam com 19 mil unidades de cordão armazenadas, sendo que 175 já foram identificadas e usadas para transplantes.
CUSTO PARA GUARDAR PODE CHEGAR A R$ 7 MIL
As doações para o banco público poderão ser usadas por qualquer paciente gratuitamente. Já as amostras dos bancos privados são usadas exclusivamente pela família que autorizou a coleta. Mas para isso há um custo que varia de R$ 3 a R$ 7 mil, além do pagamento de manutenção anual.
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Preenchimento facial com gordura e células-tronco adia lifting
Nos últimos 14 anos, a empresa Cryopaxis coletou 1.273 amostras em SC. A médica e coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento do negócio, Maria Helena Nicola, afirma que inúmeras pesquisas clínicas com o uso destas células vêm sendo desenvolvidas em todo o mundo na tentativa de ampliar as possibilidades de tratamento para doenças não hematológicas, como é o caso de algumas doenças cardíacas, neurodegenerativas e autoimunes. Essa perspectiva motivou a empresa a ampliar sua estrutura em 40%, dobrando a capacidade de armazenamento para 80 mil amostras que podem ser coletadas em todo o país.