Entre uma viagem e outra de trabalho, Adilson Spanhol, 35 anos, passou oito anos tentando fazer um curso de graduação. Para ele que em um dia acorda em Manaus, no Amazonas, e no outro, em Garopaba, no Litoral Norte do Estado, parecia impossível comparecer à sala de aula todos os dias. No ano passado, ele encontrou a alternativa: o curso à distância de Gestão da Tecnologia da Informação, na Unisul. Apenas em dia de prova ele tem que comparecer ao campus de Palhoça, na Grande Florianópolis.
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As aulas diárias Adilson pode acompanhar dos quartos de hotel por onde passa. O custo mais acessível também facilitou para que o técnico de equipamentos de telefonia e informática endossasse as estatísticas de Ensino à Distância (EAD) do país.
Em 2010, no último censo do Ministério da Educação (MEC), foram registradas 930.179 matrículas nesse tipo de ensino, enquanto em 2001, foram 5.359 matrículas. Para o chefe do Departamento do EAD do Instituto Federal de SC (IFSC), Paulo Roberto Weigmann, esses números só vão aumentar.
De acordo com ele, os estudantes que ficam reféns dos horários do trabalho e aqueles que moram em cidades onde não há instituições de ensino superior estão apostando na modalidade. Ele acredita que o EAD é uma forma de democratização do ensino e é uma fórmula de sucesso.
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– É possível dizer com segurança que é uma modalidade que deu certo. No primeiro curso do IFSC, foram quase 4 mil alunos e a expectativa é que a instituição tenha em torno de 10 a 12 mil alunos nos próximos anos. A solicitação dos estudantes é muito grande – ressalta o professor.
Para a coordenadora-adjunta da Universidade Aberta do Brasil _ programa que promove a integração entre universidades e a formação de professores para a viabilização da EAD _ na Universidade Federal (UFSC), Roseli Zen Cerny, não há restrições para quem quer optar pela modalidade, que já conta com 3.514 alunos na instituição.
– Quem já tem disciplina, terá mais facilidade. Mas, no decorrer dos cursos da UFSC, se criam condições para que o aluno desenvolva autonomia e concentração nos estudos – afirma.
As instituições também vêm trabalhando para garantir o padrão de qualidade nos cursos EAD. Por isso, Adilson sabe que ainda precisa de muito tempo em frente ao computador e aos livros, antes de conseguir o diploma. Mesmo assim, só há o que comemorar.
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– É bem puxado mas finalmente consegui achar um curso que se encaixa com a minha rotina.