Uma das mais tradicionais creches de Florianópolis corre o risco de fechar as portas em 2014. Os pais dos cerca de 200 alunos do centro de educação infantil Girassol receberam uma carta na última sexta-feira, informando da paralisação no próximo ano. O motivo é a precariedade das instalações, em um prédio centenário no Centro da cidade.

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A notícia preocupou pais e responsáveis, que já se mobilizam para evitar o pior. Em uma reunião na tarde desta segunda-feira, foi combinado uma grande mobilização na quarta-feira, dia 13, quando devem seguir em caminhada até a Secretaria de Educação. A camareira Gisele Rodrigues tem um filho de três anos na creche, além ter passado por lá na infância:

– A creche faz parte da nossa história. Eu estudei no Girassol e também participei do Projeto Menor Aprendiz. Todo mundo sabe que não tem vaga em outras creches, como vamos fazer? – questionou.

Morador do Centro, o zelador Elielson Paulo Souza de Jesus tem dois filhos na creche, Amábile, 2 anos, e Micael, 5 anos. Ele e a esposa trabalham o dia todo, e estão preocupados com a situação:

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– Não sabemos se vamos conseguir vaga em outro lugar, e não temos com que deixar as crianças.

A creche Girassol iniciou suas atividades em 1977, e é mantida pela Irmandade do Divino Espírito Santo. Segundo o superintendente da Irmandade, Clênio Klein, a Prefeitura de Florianópolis repassa anualmente R$ 380 mil para a instituição e cede 12 professores, porém também é necessário o dinheiro de doações e aluguéis para manutenção das despesas:

– A deterioração do prédio vem acontecendo há anos, mas por se tratar de um prédio tombado, não é possível realizar grandes reformas. Pensando nisso, começamos a construir o anexo ao lado, mas falta recursos para acabar a obra – explicou.

Novo prédio pode dobrar a capacidade de atendimento

O novo prédio começou a ser erguido em 2008 com os recursos da própria Irmandade, arrecadados com a Festa do Divino e bazares promovidos com produtos apreendidos pela Receita Federal. Quando concluído, a capacidade de atendimento do centro de educação vai aumentar para 436 crianças.

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Até agora, foram investidos cerca de R$ 2,6 milhões, porém ainda é necessário mais R$ 2 milhões para a conclusão. Em 2009, o então governador Luiz Henrique da Silveira prometeu que o Governo do Estado iria colaborar com R$ 800 mil, recurso que nunca chegou. Clênio explica que sem o aporte, as obras devem terminar somente em 2015.

De acordo com a assessoria de imprensa da Casa Civil, somente em setembro deste ano eles receberam um ofício solicitando o recurso prometido pela gestão anterior. O processo não foi encontrado, mas o Governo já comunicou a entidade o procedimento que deve ser feito para receber recursos.

Uma reunião está marcada para esta terça-feira com o prefeito Cesar Souza Junior, o secretário de educação Rodolfo Pinto da Luz, representantes da Irmandade e dos pais para estudar uma alternativa para os alunos da creche. Enquanto isso, pais seguem preocupados com a situação:

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– É uma incerteza. Estamos sem saber se vai ter escola para nossos filhos ano que vem – finaliza Rosilda dos Santos, mãe de uma aluna e voluntária na Irmandade.