Creche de São José tem aulas suspensas após casos de virose

A creche do loteamento Morar Bem, no bairro Serraria, em São José, está com aulas suspensas até a próxima segunda-feira. Um surto de virose atingiu pelo menos 20 crianças da unidade de educação infantil do município, que possui 188 alunos com idades entre dois e seis anos. Nem funcionários foram poupados. Ângela Moraes, 29, sentiu-se mal há duas semanas.

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– Forte dor de barriga e náusea. Fiquei dois dias em casa, procurei o médico, mas demorei demais – descreveu ela.

O filho de Ângela amanheceu na semana passada com os mesmos sintomas e começou a piorar dia após dia, chegando a um quadro de desnutrição.

– Ele está melhor, mas ainda não voltou para o colégio – disse a mãe, diante da creche fechada.

Segundo a Vigilância Sanitária, o fechamento é temporário e visa quebrar o ciclo do microrganismo que pode estar causando a virose nos pequenos _ ainda não há conclusão sobre a origem ou foco. A hipótese da fiscalização é de que seja um vírus trazido de fora para dentro, já que o nível de higiene da unidade foi considerado adequado.

– Acontece da gente ligar para dizer à mãe que o filho está passando mal e ouvir dela que o pequeno passou a noite vomitando. Às vezes, para não faltar ao emprego, a mãe acaba deixando a criança aqui, possibilitando o contágio – disse a diretora Verenice Mendes Valério.

Paralela à ação da Vigilância Sanitária, com a limpeza do ambiente e caixa d’água, uma reunião com pais e professores na quarta-feira tratou sobre a importância de manter hábitos de higiene em caso para preservar a saúde dos filhos. Foi entregue um informativo com dicas de prevenção e acompanhamento da diarreia, um dos sintomas comuns nos casos registrados.

Higiene é o melhor remédio

O loteamento Morar Bem é limítrofe das localidades do Boa Vista e José Nitro, comunidades que formam o bairro de Serraria, cortada pela extensa Avenida das Torres, no caminho para o município de Biguaçu, na Grande Florianópolis. A população é assistida no Posto de Saúde do Morar Bem, onde a enfermeira Gilmara Bastos trabalha há quatro anos.

– As pessoas precisam ter mais cuidado com a higiene em casa para preservar a saúde – disse a coordenadora.

O presidente da associação de moradores, Marcos Nascimento, diz que é comum crianças brincando nas águas poluídas do Rio Carolina.

– Sem falar no lixo que diariamente algumas pessoas despejam nas margens do córrego – disse.

Os casos de diarreia, dor abdominal, fraqueza e náusea começaram em setembro e se intensificaram há uma semana, segundo Gilmara. Duas crianças tiveram que ser internadas no Hospital Joana de Gusmão, em Florianópolis.

– Estamos recebendo crianças das creches do Boa Vista e José Nitro também. Mais de um caso por dia. É preciso cortar este mal em casa, não tem jeito – diz a enfermeira.

Há duas semanas, outra unidade de educação infantil, no bairro Forquilhinhas, ficou três dias com aulas suspensas por conta de uma virose semelhante à observada na Serraria. O diretor da Vigilância Sanitária, Rodrigo de Oliveira, acredita que a época do ano e o contato constante entre as crianças durante as brincadeiras, no uso de objetos, estimula o contágio.

Em caso de constatados os sintomas em casa, a orientação é procurar o posto de saúde mais próximo.

Os sintomas

– Dor abdominal

– Diarreia

– Desnutrição

– Fraqueza

– Vômito (em alguns casos)

Prevenção

– Não leve o filho para a creche se ele apresentar os sintomas da doença. Leve-o para os postos de saúde, que estão preparados para proceder nestes casos.

– Mantenha a casa limpa, principalmente paredes, onde a criança costuma se apoiar.

– Deixe sempre limpos brinquedos, utensílios domésticos de uso da criança, além das roupas.

– Oriente a criança a não usar objetos do colega, principal modo de contágio.

– Tenha alimentação saudável, com verduras, legumes e frutas lavadas em água corrente.

– Higiene básica é fundamental (lavar as mãos, banhos regulares, escovar os dentes).

– Evite que a criança brinque em lugares poluídos, como terrenos baldios e rios.

– Tome bastante água.

Fonte: Vigilância Sanitária de São José/Secretaria da Saúde