Cleverson Carlos Alves da Silva, de 24 anos, saiu de Joinville, no Norte do Estado, para estudar geografia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na Capital. Há dois anos ele tenta arrumar emprego em qualquer área que dê para conciliar os estudos e o trabalho. Mas está difícil. A falta de experiência é um dos obstáculos.
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— Estou há mais de dois anos, mais ou menos, procurando emprego. A maior dificuldade que vi aqui é que sempre pedem experiência, mas eu só tenho experiência de promotor de vendas, e essa área é difícil conciliar o estudo. Foi quando vi no site da prefeitura que tinha um programa para quem está procurando emprego e resolvi vir — diz Cleverson durante sua primeira participação no grupo Apoio e Oportunidades no Mercado de Trabalho, realizado pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da região central.
O desemprego foi uma das demandas evidenciada pela assistente social Camila da Natividade Subtil, 29, durante os atendimentos no Cras, principalmente com os moradores do bairro José Mendes, na região central. Com isso, ela teve a ideia de criar um grupo para oferecer as oportunidades que estão disponíveis no mercado, além de indicação de cursos de qualificação — em parceria com o Instituto de Geração de Oportunidade de Florianópolis (Igeof) — e orientações sobre currículo e dicas de como se portar numa entrevista.
Desde setembro de 2018, quando o grupo começou, foram mais de 90 pessoas encaminhadas para vagas de emprego.
— Nós auxiliamos na confecção de currículos, fazemos o contato com as empresas para saber se a vaga ainda está disponível e fazemos essa articulação entre o cidadão e a empresa — explica Camila.
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Segundo ela, muitas pessoas chegam ao grupo desgastadas por estarem procurando emprego há muito tempo. Muitos que já têm certa idade, que as empresas já não querem dar uma oportunidade, mesmo com boa formação, ou pessoas sem experiência.
Luíza Costa, 18, moradora da Mariquinha, conta que há bastante tempo procura uma oportunidade no mercado de trabalho. No encontro que participou na semana passada, foi encaminhada para duas vagas, uma de jovem aprendiz e outra para o setor imobiliário com carteira assinada.
— Não sabíamos que tinha tanta vaga em aberto, agora a expectativa é que uma das empresas me chame e eu volte a trabalhar — diz confiante.
Imigrantes também encontram ajuda
Os imigrantes, como haitianos, venezuelanos e senegaleses, também são atendidos pelo Cras. Clefaude Estimable, o Clef, como é conhecido, 34, é estudante de psicologia e trabalha no centro de referência como mediador cultural, auxiliando os imigrantes na procura por um trabalho.
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— Tem um fluxo de imigrantes muito grande e o foco principal deles é o trabalho. Aqui orientamos quanto à comunicação e ajudamos no encaminhamento para o mercado — diz.
Segundo Camila, além da dificuldade de arrumar emprego como qualquer pessoa, os imigrantes ainda têm como barreira a dificuldade de comunicação e o preconceito.
— Já tivemos um caso de preconceito, racismo mesmo com três haitianas que foram atrás de uma vaga e sofreram com isso. Nós orientamos sobre o que elas poderiam fazer e dispensamos a vaga — relata.
Como participar do grupo de apoio
*O atendimento do grupo é direcionado para moradores do Centro de Florianópolis e a orientação para quem procura emprego, mas mora em outro bairro, é ir até o Cras da sua região. Veja os endereços no link bit.ly/CrasFloripa.
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* O Cras do Centro fica na Rua Professora Maria Júlia Franco, 281, Prainha, e funciona de segunda a sexta-feira das 8h às 18h. Já o grupo de trabalho ocorre às terças, das 14h às 18h. O telefone é o 3222-0148.
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