A vontade de perseguir um sonho fez Lucas de Oliveira, de 27 anos, largar tudo. Prestes a entregar seu trabalho de conclusão de curso em Educação Física, ele recebeu uma proposta para jogar futsal no Catar, no Oriente Médio.
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Era a chance de jogar profissionalmente, um objetivo alimentado desde a infância, mas que só começou a se desenhar quando entrou para os Anjos do Futsal, em 2001, aos 15 anos.
No momento em que recebeu a proposta, Lucas tinha apenas uma semana para decidir.
– Era meu sonho e não podia esperar. Por um mês eu não me formei. Sempre fui muito focado, queria estudar, me formar e ao mesmo tempo estar jogando futsal. Mas eu sempre falei: se um dia eu tiver proposta para sair do Brasil, eu largo tudo. Então não pensei duas vezes. Larguei tudo e fui parar lá no Catar – comentou.
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Lucas largou a faculdade, deixou a família e os amigos em Criciúma, sua cidade natal, para realizar seu sonho em Doha, capital do Catar, onde vive há quatro anos. Atualmente, ele joga pelo Al-Rayyan, o time que acumula o maior número de vitórias na Liga de Futsal do Catar. Mas o atleta conta que a adaptação em um país tão diferente não foi fácil.
– Eu nunca tinha ido nem passear fora do Brasil, então, ir de cara para um país muçulmano foi muito difícil. O meu treinador era brasileiro e me ajudou muito. A cultura do Catar é muito diferente da nossa. Por exemplo: eles comem com a mão. E eu procurei seguir eles, me adaptar. No futsal, é um país que estava começando há quatro anos. A liga só tem sete anos de existência. O nível ainda não é o de Brasil, Espanha, Rússia ou Itália, que são tops do futsal mundial. Mas está crescendo. Eu cheguei há quatro anos, então foi um baque pra mim – relembra.
Além das barreiras culturais, um problema para Lucas foi a comunicação. Quando saiu do Brasil, só falava português. Como a maior parte das pessoas no Catar também fala inglês, deu um jeito de aprender a língua. Com o árabe, que é mais difícil, o jogador teve que se virar.
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– Como só pode um estrangeiro por equipe, eu era o único estrangeiro no time. Sem falar árabe, sem falar inglês, no começo eu só conversava com o treinador. Eu falo algumas coisas em árabe, o basicão, mais para me comunicar durante o jogo. Pensando naquelas coisas de jogo, que tem que pensar em fração de segundos, eu já procurei aprender coisas, tudo em árabe.