O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, voltou a defender a criação da CPMF como uma maneira de o Brasil atravessar mais rapidamente o período de turbulência econômica.
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— Contamos com a aprovação da CPMF até maio para surtir efeito em setembro. Sem essa receita, a economia vai demorar mais tempo para se recuperar — disse Barbosa.
Em entrevista coletiva após o primeiro dia do Fórum Econômico Mundial em Davos, Barbosa defendeu que o imposto sobre transações financeiras é “uma poupança necessária para atravessar” o momento atual da economia brasileira.
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— É necessário contar com essa receita adicional para atravessar a fase de turbulência — disse, ao comentar que atualmente o governo está em um período de esforço para convencimento das forças políticas sobre a importância dessa receita extra.
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— Todos estão interessados — disse, ao comentar o desejo da sociedade de que a crise seja superada mais rapidamente.
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Barbosa comentou ainda que acredita que a retomada da economia brasileira poderá acontecer “já no segundo semestre”.
— O mercado está mais pessimista e o Fundo Monetário Internacional divulgou projeção de estabilidade em 2017. As projeções são importantes, mas projeções são apenas projeções e estamos trabalhando para melhorar os resultados da economia — disse.
— Temos todo 2016 pela frente — completou.
Crédito
Mesmo com a percepção do sistema bancário de que não há demanda pelo crédito em um momento de baixa confiança na economia, Barbosa reafirmou o plano de adotar medidas para incentivar novos financiamentos.
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— Vamos levar o cavalo à água para ver se ele quer bebê-la — disse, ao mencionar um ditado que afirma que você pode levar o cavalo à água, mas não pode forçá-lo a beber.
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O plano do governo é direcionar o crédito para segmentos específicos que podem estar sofrendo com eventual gargalo, como o capital de giro.
— O principal foco de demanda que existe é no capital de giro para setores, principalmente a agricultura e a construção civil, e para o investimento em infraestrutura urbana e saneamento — disse o ministro.
— Além de pequenas empresas que têm acesso difícil ao crédito — completou.
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Barbosa defende que as medidas de incentivo ao crédito que o governo estuda colocarão o mercado “de volta à situação normal pré-2008”.
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— Vai voltar a ser como era antes da crise internacional. É o BNDES oferecendo financiamento sem equalização de juros, o FGTS oferecendo uma linha que funcione e também com o crédito agrícola que pode ser mais bem aproveitado — disse.
— Tudo isso sem custo fiscal para os contribuintes — completou.
— É dever do governo usar de forma mais eficiente todas as ferramentas que tem.