Como alguns partidos não fizeram a indicação dos membros para integrar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que os trabalhos do colegiado só poderão ser iniciados na quarta-feira da próxima semana, quando se esgotará o prazo para que ele faça as indicações. Por já ter 20 nomes indicados, a oposição queria instalar a CPMI ainda nesta semana, mas teve a iniciativa vetada por Calheiros.

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No último dia das cinco sessões ordinárias estabelecidas pelo regimento para que os partidos apresentassem seus representantes, a bancada do PT na Câmara e os blocos formados por PT, PMDB, PDT e PP do Senado não formalizaram seus indicados.

Assim, caberá ao presidente do Congresso escolher os indicados num prazo de três sessões, que se encerram na terça-feira. Renan argumentou que bastava um partido não indicar os nomes para que a instalação fosse impedida e que não cabe a ele “atropelar direitos”.

O presidente do Congresso também indeferiu a questão de ordem feita pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), sobre a sobreposição de comissões investigando o mesmo objeto. Assim, funcionarão concomitantemente as duas comissões: a exclusiva do Senado e a mista.

Sobre a CPMI para investigar o cartel de trens em São Paulo, o peemedebista abriu o prazo de cinco sessões para os partidos indicarem seus representantes no colegiado. O PSDB da Câmara se antecipou e já indicou os deputados Mendes Thame (SP) e Bruno Araújo (PE).

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Embate

O dia foi de embate entre governo e oposição, com direito a bate-boca no plenário da Câmara. Preocupados em garantir que fosse realizada a última sessão ordinária das cinco exigidas pelo regimento, a oposição pressionou para o encerramento do evento solene em homenagem aos 90 anos da Coluna Prestes, o que gerou revolta entre os partidos da base aliada.

Os tucanos viram no prolongamento da sessão uma tentativa de impedir a realização da quinta sessão ordinária e concluíram que os governistas manobravam para transferir a instalação da CPMI para a próxima semana.

No calor da discussão, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) e o secretário-geral da Mesa, Mozart Vianna, chegaram a subir o tom no plenário.

– Foi realizado um ato de violência contra a história do País. Contra convidados que vieram ao Plenário – e foram banidos – num ato grotesco e completamente descabido, uma pressão burocrática da Secretaria-Geral da Mesa e do deputado Izalci (PSDB-DF) – reclamou.

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