A CPI dos respiradores, que investiga a compra de 200 ventiladores pulmonares para combate à covid-19 pelo governo do Estado de SC, retoma a fase de depoimentos na tarde desta terça-feira (2), após a sessão ordinária da Assembleia Legislativa de SC (Alesc).

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Os deputados vão ouvir três dos principais personagens citados na polêmica aquisição dos ventiladores pulmonares: o ex-secretário da Casa Civil, Douglas Borba, o ex-secretário de Saúde, Helton Zeferino, e a servidora da Secretaria de Estado da Saúde, Márcia Geremias Pauli, responsável pela área de compras da pasta quando os equipamentos foram adquiridos.

– Temos muitos questionamentos a fazer, sobre os depoimentos que eles deram, um praticamente culpando o outro pelo processo. Os deputados vão tentar extrair até sobre o governador: eles não conversavam sobre os respiradores? Mas vai ser uma oportunidade também para eles apresentarem suas versões e tentarem provar sua inocência – avalia o relator da CPI dos respiradores, o deputado estadual Ivan Naatz (PL).

Naatz explica que os três depoentes vão ficar em um local isolado, sem acesso ao depoimento das outras duas pessoas citadas no caso. Os depoimentos, no entanto, serão transmitidos pela internet pela Alesc. A CPI já aprovou uma possível acareação entre os três depoentes, mas isso só deve ocorrer se os deputados considerarem que ocorra inconsistências entre o que for dito nos depoimentos desta terça.

Os trabalhos da CPI dos respiradores serão retomados após uma semana sem atividades por conta do fechamento da Alesc por conta do registro de um caso confirmado do novo coronavírus entre servidores da Casa. Por isso, o local ficou fechado desde a última segunda-feira (25) para medidas de sanitização. As atividades foram reiniciadas na Alesc nesta segunda.

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CPI chega à quinta sessão com depoimentos

Esta será a quinta sessão da CPI com depoimentos de testemunhas. Nas três primeiras, os deputados estaduais se dedicaram a fazer questionamentos sobre o funcionamento das compras públicas do governo do Estado durante o período de pandemia do novo coronavírus.

A partir da última sessão, em 21 de maio, a CPI passou a ouvir pessoas com relações mais próximas à compra específica dos 200 respiradores feita com a empresa Veigamed, do Rio de Janeiro. Já foram ouvidos, por exemplo, o controlador-geral do Estado, Luis Felipe Ferreira, e o advogado Leandro Adriano de Barros, que segundo a investigação teria se comunicado com a servidora Márcia garantindo que a fornecedora contratada iria entregar os respiradores.

Após os depoimentos dos ex-secretários nesta terça, a CPI ainda deve ouvir outras pessoas relacionadas ao caso, como o atual secretário de Saúde, André Motta Ribeiro, e representantes legais da empresa Veigamed. A expectativa do relator Ivan Naatz é que o relatório final da comissão seja apresentado até 15 de julho.