Após 19 meses de investigações, os vereadores da Comissão Parlamentar de Inquérito responsável por apurar as irregularidades no sistema de radares e sinalização de trânsito de Florianópolis, a CPI dos Radares, apresentaram nesta quinta-feira o relatório que pede a cassação do prefeito César Souza Júnior. A acusação é de que um esquema de propinas, revelado pela operação Ave de Rapina desencadeada pela Polícia Federal em dezembro de 2014, beneficiou candidaturas do PSD nas eleições de 2014.

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O relatório de 51 páginas, assinado pelo relator Ricardo Camargo Vieira, Vanderlei Farias (Lela), Pedro de Assis Silvestre (Pedrão) e Edmilson Carlos Pereira (Ed) – Célio João não assinou -, ratifica denúncias do Ministério Público Federal.

O texto vai à votação no Plenário da Câmara na segunda-feira. Se for aprovado, não significa que o prefeito será cassado, mas sim que há necessidade de investigações posteriores, com a instauração de uma comissão processante.

“Há guardas municipais realocados das suas funções para funções administrativas. E foi justamente aí que nós observamos onde a corrupção dos radares se iniciou. Queremos encaminhar todos os guardas municipais ao seu lugar de origem”, afirmou Pedrão (PP) à CBN Diário.

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Em 2014, a Polícia Federal flagrou dois guardas municipais de Florianópolis em um carro com R$ 99 mil em espécie no Rio Grande do Sul.

“Ninguém em sã consciência sai de Santa Catarina e vai ao Rio Grande do Sul pegar R$ 99 mil em espécie para uma campanha política. Hoje todas as doações para campanhas políticas são feitas de forma eletrônica. Aquele dinheiro precisa ser explicado. Ficou nítido em escutas telefônicas que esse dinheiro era de caixa dois de campanha. Precisamos explorar mais a fundo essas questões”, disse o vereador.