Em reunião fechada, a CPI do BNDES definiu, nesta terça, um cronograma de convocações que serão feitas para o mês de setembro. A lista definida pelos deputados poupou nomes considerados polêmicos pelo presidente da CPI, Marcos Rotta (PMDB-AM). Ficaram de fora as convocações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu filho Fábio Luis Lula da Silva e o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.

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– Se trouxer o Lula ou o Lulinha, vamos tumultuar e não deliberar. De nada acrescentaria – afirmou Rotta. Para a próxima quinta-feira está prevista a participação do atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Os deputados fecharam acordo para a vinda do vice-presidente do banco, Wagner Bittencourt, e da diretora de comércio exterior, Luciene Ferreira, no dia 1º de setembro.

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No dia 3 de setembro, serão chamados os ex-presidentes Eleazar de Carvalho Filho e Carlos Lessa, seguidos de Demian Fiocca e o ex-ministro Guido Mantega, no dia 8. Nos dias 10, 15 e 17 devem ser chamados os diretores Júlio Ramundo, João Carlos Ferraz, Roberto Zurli, Maurício Borges, Fernando Marques e o ex-ministro da Educação, José Henrique Paim, recentemente nomeado diretor no BNDES.

O colegiado ouve ainda, nos dias 22 e 24, representantes do Tribunal de Contas da União (TCU) que analisam operações do banco e membros do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Por fim, a oitiva de empresários, ainda sem definição de nomes, ficou definida para o dia 29.

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O presidente da comissão ressaltou que não há impedimento para que outras pessoas sejam convocadas para prestar esclarecimentos.

– Isso não blinda qualquer tipo de nova convocação ou pedido de informação – ressaltou.

Para o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), o governo vai tentar proteger Lula, seu filho e Pimentel. Ele defendeu que a convocação do ex-presidente “não dá para deixar para depois”.

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Os requerimentos ainda precisam ser votados, mas os membros da comissão saíram do encontro dizendo que há consenso sobre a aprovação, tanto na oposição, quanto na base do governo. A CPI foi instalada no início deste mês com o objetivo de investigar supostas irregularidades nas concessões de empréstimo feitas pelo banco de fomento entre os anos de 2003 e 2015.

* Agência Estado