Em votação realizada na tarde de terça-feira, a Assembleia Legislativa manteve o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que restringe o alvo da CPI das Águas, que deve investigar as suspeitas de irregularidade somente em Palhoça, na Grande Florianópolis.

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A deputada Angela Albino (PCdoB), autora do pedido que criou a CPI, defendia que a investigação fosse ampliada para todos os municípios catarinenses onde há suspeitas de irregularidades. Em 13 de agosto, a parlamentar apresentou o requerimento com 19 assinaturas, o que garantia o início do trabalho. No mesmo dia, o deputado Maurício Eskudlark (PSD) questionou a existência de um fato determinado, o que levou o caso para a análise da CCJ. A manobra teria ocorrido depois que prefeitos decidiram pressionar alguns dos deputados. Pesou ainda o interesse do governo Colombo em manter uma agenda positiva.

Em 17 de setembro, a CCJ aprovou o relatório do deputado José Nei Ascari (PSD), que entendeu que o requerimento da CPI define que as investigações sejam realizadas apenas em Palhoça. Angela recorreu ao plenário, mas nesta terça-feira os deputados entenderam que o caso deve se limitar a Palhoça.

A deputada lamentou a decisão e ressaltou que a mesma empresa que hoje atua no gerenciamento do serviço em Palhoça tem contratos em outras 26 cidades de SC.

– Em Palhoça, houve prisão de empresário, de agente público, a juíza afirmou que havia um “nefasto esquema criminoso” – fala a deputada.

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Segundo Angela, seu objetivo com a investigação ampliada seria evitar possíveis prejuízos aos cofres públicos, uma vez que os processos de municipalização do sistema de água e esgoto têm enfraquecido a Casan, estatal responsável pelo serviço.

Com a decisão do plenário nesta terça-feira, as bancadas têm prazo de duas semanas para indicarem os membros da comissão, que terá sete integrantes.