A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras aprovou nesta quinta-feira o relatório do deputado Marco Maia (PT-RS). Com a presença de deputados e senadores da base aliada, o parecer foi aprovado por 19 parlamentares e teve a objeção de oito integrantes da oposição.

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O relatório de Maia sofreu modificações na véspera da aprovação. Na nova versão, o petista pediu o indiciamento de 52 pessoas – o que não ocorria no primeiro texto – e confirmou prejuízo aos cofres da Petrobras na compra da refinaria de Pasadena. Em conversa com jornalistas, Maia defendeu ainda a saída da atual diretoria no cargo, entre eles da presidente Graça Foster.

Apesar das mudanças, CPI encerrou seus trabalhos sob protestos da oposição, que promete trabalhar para retomar as investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras no próximo ano.

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Em seu discurso, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) defendeu que a investigação seja reaberta e aborde indícios de irregularidades nos negócios da Petrobras na África e na Argentina. Ele acusou a atual presidente, Graça Foster, de mentir ao Congresso e de acumular a diretoria internacional da estatal para “apagar impressões digitais de corrupção”.

– Em qualquer país sério, a presidente da companhia seria exonerada – declarou o parlamentar gaúcho.

O relatório paralelo apresentado pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) será encaminhado ao Ministério Público Federal.

A reclamação da oposição é que a comissão teve dificuldades para investigar as denúncias por manobras do governo e de seus aliados. Hoje, por exemplo, os governistas atrasaram a reunião e ontem não deram quórum. A base conseguiu anular a reunião da noite de quarta-feira na qual a maioria da oposição caminhava para derrubar o parecer de Maia.

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Já os aliados do governo insistiram que a atual administração investiga os casos de corrupção e acusou a oposição de promover o terceiro turno da sucessão presidencial. O líder da bancada do PT no Senado, Humberto Costa (PE), condenou os “vazamentos seletivos” da operação Lava Jato e associou a ação da oposição ao inconformismo com a derrota de Aécio Neves (PSDB) na sucessão presidencial.

– Tentaram criar as condições para um hipotético impeachment – afirmou Costa.