O prefeito de Florianópolis, Dário Berger (PMDB), disse nesta terça-feira que considera a CPI da Moeda Verde uma “página virada” e pediu o arquivamento da comissão da Câmara que investiga as supostas irregularidades na liberação de licenças ambientais para grandes empreendimentos na cidade.
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– Vamos esperar o pronunciamento da Justiça (…) Se tiver algum fato novo da Polícia Federal eu me curvo, caso contrário tem que se arquivar (a comissão) o quanto antes, para não perder credibilidade. Se usa a CPI como ferramenta política para me desgastar – reclamou Dário, duvidando da capacidade de se ir além do que já foi feito na Operação Moeda Verde, da Polícia Federal.
Berger reclamou da cobertura do caso. Segundo ele, não se está dando a devida importância para denúncias que estão sendo feitas pelos depoentes que já prestaram esclarecimentos aos vereadores da CPI.
Ano foi difícil para o Executivo
Dário confessou que quer “riscar” 2007 de sua imagem. Em um rápido balanço que fez sobre o ano para a administração da Capital, ele afirmou que enfrentou todas as dificuldades possíveis, num período em que a pauta das discussões foram exclusivamente “políticas”.
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– Este ano foi bastante difícil. Fui submetido a todo tipo de pressão e constrangimento, o que acabou provocando a “inércia” do Executivo. Esse inferno astral estava previsto para terminar em outubro. Agora parece que as coisas estão melhorando um pouco – ressaltou, justificando possíveis falhas da administração.
Preparativos para a temporada
O setor de Turismo tem sido a prioridade nos últimos meses, alega Berger, que destacou as obras de infra-estrutura que estão sendo realizadas de forma simultânea em diversas regiões da cidade e a consolidação do calendário de eventos organizados pela prefeitura.
– Como exemplo cito o Desafio das Estrelas, realizado neste ano, que teve a presença do piloto de Fórmula 1 Michael Schumacher. O evento foi transmitido para mais de 70 países, dando visibilidade à cidade – disse, argumentando que foi o “mais barato” já feito até agora se considerado o retorno de mídia. O prefeito também fez referência à iluminação de Natal, o Réveillon e o Carnaval – eventos que, para ele, agora têm outro “padrão”.
Casa do Papai Noel
Sobre a transferência da Casa do Papai Noel, tradicionalmente instalada no antigo prédio que abrigava a Câmara da Capital, para o Beiramar Shopping, Dário reclamou da rigidez do Ministério Público Estadual (MP-SC) – que proibiu a instalação da Casa na Câmara pela falta de infra-estrutura para receber pessoas portadoras de necessidades especiais.
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Há cerca de um ano, foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o MP-SC e a prefeitura, que acabou não cumprido a promessa de adequar o espaço da Câmara por falta de tempo hábil, segundo o prefeito. Para Dário, faltou “bom senso”.
– Por isso estamos com 85% dos nossos alvarás (da prefeitura) irregulares. Temos que buscar um “meio termo”. (…) Não vejo motivo para impedir que um portador de deficiência pudesse participar da Casa do Papai Noel só na parte inferior. Ele não precisava visitar a Casa toda – explicou.
Proibição do uso de cobaias
Sobre a perda do prazo para se pronunciar sobre o projeto de lei que proíbe o uso de animais em pesquisas científicas realizadas na cidade, promulgado na última semana e que deve ser publicado no Diário Oficial ainda nesta semana – quando vira lei -, Berger se disse surpreendido. Ele alegou não saber que o prazo para sanção ou veto havia vencido.
– Os poderes são independentes, porém harmônicos. (…) Seria justo que a Câmara me comunicasse da intenção de promulgar. Seria uma gentileza que faz parte do processo democrático. Se eu fosse presidente (da Câmara) não teria dúvida em comunicar o prefeito – explicou.
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Berger justificou ainda que aguardava pareceres de órgãos competentes, que avaliavam a viabilidade jurídica do projeto, para somente depois se pronunciar.
Agora, como medida de emergência, Dário pretende entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), alegando “vício de origem” no projeto.
Infra-estrutura
Com relação aos investimentos, Dário ressaltou as obras para o reforço energético da Capital, a instalação do sistema de gás natural na região central da cidade e as obras de saneamento básico – ainda em fase de implantação.
Ao todo, cerca de R$ 62 milhões estão sendo aplicados em melhorias. O prefeito lembrou que está previsto para o início de 2008 o começo das obras de infra-estrutura, urbanização e humanização do Maciço do Morro da Cruz – orçadas em R$ 50 milhões.
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Cerca de 7 mil famílias, que correspondem a aproximadamente 30 mil pessoas, serão beneficiadas. Segundo ele, as ações no Maciço vão influenciar diretamente na redução dos problemas sociais, já que a região representa 50% da área crítica da cidade.
Eleições 2008
Dário analisou os resultados da pesquisa do Datafolha sobre a intenção dos votos na corrida para a prefeitura da Capital nas Eleições 2008, divulgada no domingo.
Ele se disse certo da realização de segundo turno e acredita que seus principais adversários, o casal Angela e Esperidião Amin, enfrentarão dificuldades.
– Podemos fazer alguma leituras. (…) Deixa nítido (a pesquisa) que o casal Amin não passa dos 30% das intenções de voto, o que é um dado importante. Sendo que o parceiro deles, o PT, também aparece mal na pesquisa. O segundo turno será muito difícil para eles – acredita o atual prefeito.
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No levantamento, foram levados em consideração quatro cenários possíveis, nos quais foram alternados os nomes de Ângela Amin e Esperidião Amin, pelo PP, e Mauro Passos e Ricardo Baratieri, pelo PT.
Nas quatro projeções, Angela lidera em duas e Esperidião nas outra duas. Berger aparece sempre em terceiro lugar.