Num futuro próximo, escritórios abarrotados de funcionários e salas comerciais alugadas para pequenas empresas se tornarão coisas do passado. Ao menos é o que defende o especialista alemão de mercado para negócios digitais Odilo Roufnaegel. Para ele, que atua em Joinville, quando isso acontecer, o mercado vai precisar de um novo modelo de escritório: os chamados coworkings.
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– E quando o momento chegar, Joinville será uma das cidades do Brasil que sairão na vanguarda do processo – afirma Odilo.
Isso porque Joinville já conta com dois dos modelos de escritório compartilhado do País, oferecendo ao usuário um espaço corporativo completo com custo até 80% menor, se comparado ao preço do aluguel de uma sala comercial, e sem nenhuma burocracia.
Em um deles, no CO.W Coworking Space, os chamados coworkers têm acesso a endereço comercial e fiscal para abertura de empresas, secretária, sala de reuniões multimídia, sala privativa de atendimento, guarda-volumes, mesas webconectadas compartilhadas, internet de alta velocidade e agendamento eletrônico.
– Coisas que quase todas as empresas têm, mas é aí que começa a ficar interessante. Aliado a tudo isso, o cliente também encontra no espaço mesas de bilhar, cozinha, geladeira, televisões, videogames, fliperamas, sacos de boxe, sofás, redes e tudo que ele precisa para se sentir em casa enquanto trabalha – explica a gerente do espaço, Carina Schelbauer.
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Para Murilo Schmitz, um dos primeiros a adotar a CO.W como seu endereço oficial, o aumento da demanda de trabalho gerou também mais serviços administrativos, tirando o foco da sua atividade. Ele entende que estar em um escritório virtual minimiza a carga destes serviços e o libera para se dedicar ao seu negócio.
– Além disso, é possível ter uma gestão de horários mais flexíveis na medida em que você não tem que estar full time na empresa, resultando em maior qualidade de vida – destaca.
Ao lado dos amigos
O Fliperama Coworking, outro espaço colaborativo de Joinville, é uma opção para pequenas empresas e profissionais que estão de passagem pela cidade e precisam marcar reuniões ou ter um local para trabalhar por alguns dias. Internet de alta velocidade, impressora, telefone, sala de reuniões e copa de uso comum são alguns dos serviços oferecidos.
Lucas Köning, um dos sócios-fundadores do espaço, diz que a ideia de criar um ambiente deste porte em Joinville surgiu da necessidade dos próprios sócios e da vontade de se trabalhar com os amigos.
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– Não foi fruto de um estudo de mercado. A gente tinha vontade de juntar forças para ver o negócio ir em frente e deu certo. Tivemos um crescimento orgânico muito qualitativo e sério – avalia.
Reflexo de um novo comportamento
Dados do site Startup SC indicam que existem hoje em Santa Catarina sete unidades de coworking distribuídas nas cidades de Balneário Camboriú, Itajaí, Florianópolis e Joinville. Mais do que as vantagens financeiras e opções de conforto e lazer, o que tem atraído o empreendedor para esses espaços colaborativos é a mudança no paradigma sobre criação e desenvolvimento empresarial.
– Nos últimos cinco anos, o empreendedor está abandonando a prática de criar e desenvolver a portas fechadas, pensando em uma suposta exclusividade. Hoje, ele quer agregar ideias, quer o maior número possível de pessoas envolvidas em prol de uma pluralidade de análises. Espaços de trabalho colaborativos só aparecem para atender a um novo comportamento – explica Renato Auriemo, diretor da Aurinova Empreendimentos e responsável pela criação da CO.W Coworking Space de Joinville.
Ele afirma que, embora a sua empresa tenha ramificações em outros Estados, Joinville foi escolhida como piloto para o lançamento do espaço de coworking por causa de características únicas da cidade.
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– Joinville é um polo industrial, tem um grande núcleo de desenvolvimento e está situada num importante eixo comercial do Sul do Brasil. Além disso, o local do empreendimento, no eixo industrial, fica próximo de dois grandes centros universitários e do aeroporto da cidade. Foram esses fatores que fizeram Joinville lançar um espaço assim antes mesmo de São Paulo, onde fica a nossa matriz – diz Renato.