Santa Catarina registra 63 mortes de crianças e adolescentes por Covid-19, uma mortalidade maior do que a de doenças combatíveis por meio de vacinação. Mais da metade dos meninos e meninas que perderam a vida para o coronavírus desde o começo da pandemia encontrava-se na faixa etária de zero a 12 anos incompletos.

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O levantamento, com base no Painel do Coronavírus e que reúne informações divulgadas pelo governo do Estado, mostra que a última morte por decorrência do coronavírus foi de uma menina de 11 anos, em 30 de outubro.

Os óbitos dos pequenos catarinenses contribuem em 5,48% para a triste estatística do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, e que aponta para 1.148 vidas ceifadas de zero a nove anos no país.

O número supera o total de 955 mortes por doenças com vacinação disponível ocorridas entre 2006 e 2020 no país. Com base na totalização, é possível afirmar que a Covid matou mais crianças brasileiras do que mataram nos últimos 15 anos as chamadas doenças imunopreviníveis, as reduzíveis por imunização.

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A mesma relação pode ser feita em SC, considerando duas décadas de informações sobre óbitos dessas outras doenças.

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Campanhas de vacinação são sucesso entre catarinenses

No site da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive) estão os reflexos das campanhas de vacinação em um Estado onde a população responde positivamente.

Entre 2000 e 2020, não temos óbitos de crianças de zero a 12 anos incompletos por tétano acidental, rubéola e caxumba. Os casos de coqueluche são de bebês com menos de um ano e com esquema vacinal incompleto.

Santa Catarina tem o que comemorar: desde 1980 sem nenhum óbito por poliomielite, doença considerada erradicada no país devido à vacinação em massa. As últimas mortes por sarampo, em 1991, ocorreram em crianças com menos de cinco anos.

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Anvisa autoriza imunização infantil, mas governo quer consulta pública

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a aplicação da vacina da Pfizer contra Covid em crianças de 5 a 11 anos. Mas o governo Jair Bolsonaro se posicionou contra.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira (20) que a vacinação de crianças de cinco a 11 anos não é urgente e que a prioridade da pasta é aplicar a segunda dose e as doses de reforço. Contrariando outros eventos em que a decisão técnica prevalece, o governo anunciou consulta e audiências públicas sobre a vacinação infantil.

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