O enterro de Raul Domingos Fagundes dos Reis, de 43 anos, que sofria de problemas cardíacos e morreu no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, depois de aguardar quase 50 horas por um leito de UTI em Joinville, foi marcado por mais um drama.
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Por volta das 9 horas, o coveiro que faria o enterro aguardava o cortejo, sentado no muro de uma casa, na esquina da entrada do Cemitério Cristo Rei, no Vila Nova, quando foi atingido pelo carro onde estavam as ministras da igreja, que chegavam para fazer a cerimônia.
– O pneu do carro estourou e o carro rodou na pista -, relata Angelita Lages, ministra da Igreja Medianeira, no Vila Nova.
O motorista de um caminhão, que vinha logo atrás do Fox dirigido pela ministra, não conseguiu frear a tempo e acabou atingindo o veículo, aumentando ainda mais o impacto do carro contra o muro.
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O muro quebrou e o coveiro, Gino Bischof, de 49 anos, acabou caindo dentro do jardim da casa, onde permaneceu por cerca de 15 minutos, até a chegada do socorro.
Segundo familiares que moram próximo ao local e correram para acudir Gino, o estado de saúde dele é grave. Gino estava consciente, mas sentia muitas dores e falta de ar. Por isso, o paciente foi encaminhado com urgência pelo helicóptero da Polícia Militar para o Hospital Municipal São José.
Enquanto isso, os próprios familiares de Raul entoavam cantos durante o enterro, e um funcionário de uma marmoraria assumiu o trabalho do coveiro. Solidários à dor da família de Gino, parentes de Raul chegaram a fazer uma oração, pedindo para que ele se recupere do acidente.
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– Só esperamos que a família do Gino não venha a passar pelo que passamos, e que para ele haja uma vaga -, dizia a sobrinha de Raul, Monica Gonçalves de Andrade, referindo-se a espera de Raul por um leito de UTI.
Indignados com a espera de Raul por um leito de UTI, a família pretende entrar com uma ação contra o Estado.
– Queremos que a Justiça seja feita. Disseram que mesmo que tivesse uma vaga de UTI, o Raul teria morrido de qualquer jeito, mas pelo menos ele teria morrido com dignidade -, diz a sobrinha.
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– Já entramos em contato com a Defensoria Pública da União para entrar com uma ação de reparação de danos à família -, informa a cunhada de Raul, Maria Lúcia de Oliveira Fagundes dos Reis.