Após explicar que o BNDES não liberou recursos para a Sete Brasil, empresa criada para construir sondas de perfuração do pré-sal no Brasil, o presidente da instituição, Luciano Coutinho, garantiu aos parlamentares da CPI da Petrobras que não recebeu orientação do governo para priorizar investimentos no negócio.

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Segundo ele, o projeto passou por todos os procedimentos tradicionais da empresa, antes de receber aprovação, mas ainda não recebeu dinheiro do banco por não ter concluído sequer a primeira fase.

Diante da falta de resultados das operações da Sete Brasil, os parlamentares questionaram se o financiamento seria um bom negócio. Coutinho lembrou que os acionistas da empresa estão reformulando o projeto de construção e operação das 28 sondas em busca de uma solução.

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O economista ressaltou os objetivos iniciais da empresa, que garantia a promessa de participação do banco com a geração de empregos, capacitação, impulsionamento da indústria nacional e produção de um novo equipamento no pais.

– Mostrei sondas em estágios avançados, mostrei empregos. Eles estão buscando uma solução consistente e sustentável, redimensionada. É uma orientação cujo mérito me parece evidente. Estamos acompanhando o esforço que os acionistas da Sete estão fazendo para criar novas condições do projeto – afirmou.

De acordo com acompanhamento do banco, a maior parte das sete primeiras sondas do projeto está em estágio avançado.

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– Não é um processo teórico. Houve avanço físico real. Por exemplo, 71% da Sonda Copacabana estão concluídos. Uma parte dela está sendo produzida na China, outra no Japão e uma terceira em estaleiro brasileiro. No primeiro momento, o nível de conteúdo local chegava a 37% e iria subir gradualmente – informou Coutinho.

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Segundo ele, 73% da Sonda Ondina, construída no Estaleiro Enseada, estão prontos. As sondas Arpoador, Guarapari e concluíram, respectivamente, 95%, 54% e 86% das obras.

Coutinho foi convocado pela CPI da Petrobras para explicar os financiamentos do BNDES à empresa suspeita de subcontratar estaleiros que teriam pago propinas a diretores da estatal e ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

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O presidente do BNDES acrescentou que os bancos comerciais com recursos empregados no negócio suspenderam os prazos para cobranças até o fim de julho, ampliando o tempo de reorganização da Setebrasil.

– Semana passada, os bancos assinaram entendimento prorrogando ate 30 de julho as pendências para reorganização do projeto. Até lá, acreditamos ser possível alcançar uma solução que permita a continuação do projeto.

Para Luciano Coutinho, as circunstancias do projeto da Sete Brasil mudaram.

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– É necessário um realinhamento entre todos os participantes. Não tenho como antever qual será a solução que emergirá dessas tratativas.

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Ele enfatizou que o BNDES não tem operação secreta, não omite ou deixa de dar publicidade às suas operações. Segundo ele, apenas algumas informações sobre as empresas ficam restritas, por lei, ao banco ou a instituições como o Banco Central, de modo a assegurar a intimidade financeira das empresas.

*Agência Brasil