Costa Verde e Mar quer receber 50% a mais de turistas em três anos

Três estudos encomendados pelo Consórcio Intermunicipal de Turismo Costa Verde e Mar (Citmar) divulgados nesta quarta-feira pretendem ampliar o potencial econômico da região até 2016. Entre os objetivos estabelecidos para os próximos três anos estão o aumento de 50% no número de visitantes e de 30% no tempo de permanência dos turistas nas cidades.

As metas foram traçadas com base em pesquisas feitas pela Univali e pelo Instituto Sinergia, que desde novembro de 2011 mapearam o perfil de todos os municípios da Costa Verde e Mar: Balneário Piçarras, Bombinhas, Camboriú, Ilhota, Itajaí, Porto Belo, Navegantes, Penha e Itapema.

A ideia é que a partir deste material sejam elaborados planos de marketing e de suporte ao planejamento das ações turísticas. A primeira análise, da Pesquisa de Oferta Turística: Meios de Hospedagem, apresentou um panorama da Costa Verde e Mar. No total 215 estabelecimentos foram pesquisados entre janeiro e outubro de 2012, onde cada empresário respondeu um amplo questionário.

Com base nas respostas e em reuniões do trade turístico do Litoral catarinense, o segundo estudo indicou adequações ao Plano Estratégico de Marketing e Turismo Integrado do Citmar, definido em 2007.

Além do incremento na quantidade de turistas, a intenção é desenvolver a região como um todo. Para isso, algumas das propostas são estruturar um forte calendário de eventos, segmentar as atrações e atrair mais navios de cruzeiros.

– É muito importante compreender que planejamento não é um documento para ficar na biblioteca; ele tem que ser trabalhado e colocado em prática – destaca a doutora em turismo, Sílvia Regina Cabral.

Oportunidades

Os dados de pontos fortes e das oportunidades indicadas pelo Plano Estratégico mostram também que o setor de serviços está em constante crescimento e que a atuação em sistema de franquias pode ser interessante para a Costa Verde e Mar.

O estudo sugere ainda a criação de mecanismos para proteção das áreas naturais, criando parques municipais, estações ecológicas ou reservas de preservação natural que devem diversificar os segmentos turísticos. Outro foco é a parceria com associações, federações e confederações para organizar e participar de eventos, como forma de divulgar a marca da região.

– Para que o turismo se desenvolva ainda mais as gestões públicas têm que entender que devem andar juntas com esse processo. Pode-se ter o melhor secretário de Turismo, mas sem vocação política de nada adianta – considera Sílvia.

PIB turístico do Litoral é maior do que a média nacional

Entre os estudos apresentados quarta-feira, o último relatório feito pela Univali e pelo Sinergia é o Costa Verde e Mar em Números. A apresentação mostrou o produto interno bruto (PIB) turístico da região, índice até então calculado somente em âmbito nacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Conforme a pesquisa do professor Antônio Guarda, consultor em estudos, pesquisas e geoprocessamento, a participação do setor na produção bruta do Brasil é de 8,9%. Já em Santa Catarina, o número gira em torno de 7,7%. O destaque fica por conta da Costa Verde e Mar, que com percentual de 11,5% supera a média nacional e catarinense. Ainda segundo o material, hoje são cerca de 32 mil profissionais ligados à atividade turística atuando nos municípios que fazem parte da região.

Quando especificado por cidade, os dados chamam ainda mais atenção. Em Bombinhas, o PIB turístico chega a 19,7% do PIB total; em Balneário Camboriú, que mesmo não fazendo parte do Citmar foi incluída na pesquisa, o número é de 15,4%. No Litoral Norte, o menor índice aparece em Porto Belo: 9,7%.

PIB turístico

Brasil – 8,92%

Santa Catarina – 7,71%

Região Costa Verde e Mar – 11,56%

Bombinhas – 19,74%

Penha – 19,11%

Balneário Camboriú* – 15,22%

Navegantes – 14,67%

Balneário Piçarras – 11,65%

Itapema – 11,41%

Camboriú – 10,64%

Itajaí – 10,73%

Porto Belo – 9,71%

Fonte: Estudo Costa Verde Mar em Números, da Univali e Instituto Sinergia

*Balneário Camboriú não faz parte do Citmar, mas foi incluída na pesquisa