“Não foi possível completar a sua chamada”. Desde segunda-feira, quem entrar em contato com alguma das 115 creches e escolas municipais de Florianópolis irá ouvir esta mensagem. Da mesma forma, se algo acontecer com alguma criança e a direção precisar ligar para os pais do aluno, não irá conseguir.

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Conforme a Prefeitura, na segunda-feira, a Oi cortou os telefones das instituições de ensino da cidade. Desde o início do ano, a empresa quer que o Município pague todas as contas atrasadas de 2013 a 2016.

Leandro César de Araújo é pai da Laura, de 4 anos, e do Tiago, de 3. Os dois estudam na creche Lausimar Maria Laus, no Rio Vermelho. O pai está revoltado com a situação.

— E se acontece alguma emergência com meus filhos e eu não fico sabendo? Nós precisamos mobilizar os pais para que seja tomada uma providência.

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A diretora da creche, Clarisse Lucas, responsável por 215 crianças de até 5 anos, diz que está incomunicável tanto com pais quanto com a própria Secretaria de Educação. E lembra que numa creche é comum crianças ficarem doentes ou se machucarem durante brincadeiras.

Foi o que aconteceu na Escola Desdobrada de Jurerê, que atende 195 alunos.

— Nós tivemos um caso de uma criança que estava com muita febre e, precisamos ligar do celular particular. Mas, como a mãe não reconheceu o número, não atendeu — conta a diretora Renate Piehowiak.

O sindicato dos servidores municipais divulgou uma nota nesta terça-feira criticando tanto as gestões de Cesar Souza Junior como de Gean Loureiro. “Com pagamentos em atraso e gestores tentando fugir da responsabilidade, os telefones de vários setores já foram cortados, como dos servidores do Conselho Tutelar e da Secretaria Municipal da Educação”, lembra.

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Até o telefone do gabinete do prefeito está com linha cortada

A prefeitura informa que já ofereceu parcelar as dívidas, mas que a operadora não aceitara. Por isso, decidiu abrir um novo processo licitatório para que outra empresa possa oferecer os serviços, o que deve estar em funcionamento em um mês. Enquanto isso, a Oi vai continuar cortando, aos poucos, telefones de serviços à população. Nesta terça, foram disponibilizados linhas de celulares de forma emergencial ás diretoras.

Conforme o Executivo, o valor da dívida não foi empenhado pela administração passada, por isso não existe uma dívida reconhecida legalmente, o que torna impossível pagar sem renegociar. Enquanto isso, telefones de repartições públicas também começam a ser cortados. O próprio telefone do gabinete do prefeito está sem receber ligações. Assessores, funcionários e secretários estão usando apenas celulares.