Amanhecer, temperatura agradável, sol e corrida. Amanhecer, frio, chuva e corrida. Não importa a cena que se passa em Santa Catarina, quem está disposto a correr nas 52 assessorias presentes no Estado não arreda o pé sem antes ter cumprido sua quilometragem diária.
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Dissociada do profissionalismo, a corrida ganha adeptos de gerações diferentes, interessados mais em qualidade de vida do que em performance – e dispostos a gastar, por baixo, R$ 300 em vestuário básico para praticar o esporte. Os mais aficionados chegam a desembolsar mais de R$ 2 mil com todos os equipamentos.
Confira uma arte com os preços médios de cada item utilizado por corredores
Em Florianópolis, capital considerada a mais saudável do país, segundo uma pesquisa do Ministério da Saúde realizada no ano passado, o número de corredores só aumenta. São ao todo 17 grupos de corrida no município, que somam uma média de 1,3 mil pessoas atraídas pela vista das orlas do mar enquanto correm e que atraem o olhar dos que dirigem o carro, quase ao lado.
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O presidente da Associação de Treinadores de Corrida de SC, Dilnei Bittencourt, atribui o crescimento do setor ao fato de Florianópolis entrar na rota dos eventos de corrida, a partir de 2008. Atualmente, são mais de 30 provas de corrida ao longo do ano – a Meia Maratona de Floripa, realizada em junho, contou com a participação de 7 mil corredores, 4 mil deles de fora do município.
– Esse movimento começou fora do país, nos Estados Unidos, onde a corrida se popularizou muito nos últimos anos. Aos poucos, os eventos começaram a ser realizados nas maiores capitais do Brasil e acabaram chegando em Florianópolis – observa Bittencourt.
Nos Estados Unidos, existem 40 milhões de corredores, contra os 5 milhões que praticam a atividade no Brasil. Apesar da disparidade nos números (e lembrando que os EUA têm cerca de 115 milhões de habitantes a mais), o treinador Fabiano Braun, da assessoria esportiva Floripa Runners, acredita que o termo “popularização” pode ser aplicado aqui também – pelo menos em Florianópolis.
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Criada em 2008, a Floripa Runners dobrou o número de alunos nos últimos dois anos: são pessoas dispostas a pagar entre R$ 90 e R$ 480 para sentir o prazer de um coração acelerado e, por que não, de uns quilinhos a menos. Atualmente, 150 corredores, entre 18 e 68 anos, reúnem-se duas ou três vezes por semana para correr, correr, correr. E se chove, Fabiano?
– Só com muito frio o pessoal falta, mas com chuva o número de pessoas que fica em casa é mínimo, cerca de 10% delas.
O gerente da loja Centauro do Floripa Shopping, Mario Gabriel Reis, ressalta que em tempo frio as compras de vestuário para corrida são tão grandes quanto na época de verão. Cerca de 40% dos itens vendidos no estabelecimento são para corredores e, contente, Reis divulga um crescimento de 12% na venda destes itens nos últimos três anos. Geralmente, quem entra na loja para comprar sai de lá com uma sacola valendo, em média, R$ 150.
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– Há 10 anos, a corrida era só para profissionais. Hoje em dia, ela visa mais a saúde do que a performance – acredita.